sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A MÃO MISTERIOSA E A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO.

Mas tu, ó Belsazar, sucessor do rei Nabucodonosor, não tens caminhado com humildade, não humilhaste o teu coração, muito embora saibas bem de tudo quanto ocorreu com teu pai, o rei. Pior ainda, tu te exaltaste a ti mesmo e te levantaste contra Deus dos Céus. Porquanto mandaste trazer as taças do Templo do Altíssimo para que nelas bebesses tu, os teus nobres e convivas, as tuas mulheres e as tuas concubinas. Louvaste os deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não podem nem ver, nem ouvir, nem sentir e muito menos compreender nada; e não glorificaste o Deus que sustenta em suas mãos a tua vida e controla todos os teus caminhos. Por isso ele mesmo enviou aquela mão que viste, a fim de escrever diante de ti a sentença que precisas saber.

E as palavras que foram inscritas formam a seguinte frase em aramaico: MENE, MENE, TEQUEL UPARSIN. E este é o significado dessas palavras: MENE, MENE: Deus avaliou e contou os dias do teu reinado e decretou o seu fim. TEQUEL: Foste pesado na balança e achado em falta. UPARSÍN: Teu reino já foi dividido e entregue aos medos e persas.
Diante disso, por ordem do rei Belsazar, vestiram Daniel com um manto real vermelho-púrpura, condecoraram-no com uma corrente de ouro no pescoço, e o proclamaram o terceiro em autoridade e poder no governo do reino. E aconteceu que naquela mesma noite Belsazar, o rei dos babilônios, foi assassinado; e Dario, o imperador da nação Média, apoderou-se do reino de Belsazar, com a idade de sessenta e dois anos (Daniel, 5.22-31). 
O capítulo cinco do livro de Daniel, relata o grande banquete do rei Belsazar, a sua sentença imediata escrita na parede pela mão de Deus, e o fim do império babilônico. 
O fim repentino do império Babilônico foi uma resposta de Deus ao rei Belsazar pela sua profanação. Belsazar não escapou do juízo de Deus. Enquanto ele se banqueteava com suas mulheres e concubinas na sua festa blasfema e sensual, Deus permitia que os exércitos medo-persas cercassem a cidade de Babilônia. Havia um sentimento de segurança dos habitantes da cidade, porque ela tinha fortificações que pareciam impenetráveis. Seus murros eram altos e largos e todos sentiam seguros. Porém, a estupidez e arrogância de Belsazar o fizeram descuidar-se da segurança da cidade. Foi quando Ciro (Dario?), o persa, conduziu os seus exércitos para cavarem canais ao lado do rio Eufrates afim de que as águas do rio fossem desviadas. As águas desviadas foram represadas e canalizadas deixando seco o leito do rio. Por esses canais, os exércitos medo-persas caminharam e tomaram de surpresa a cidade que não ofereceu qualquer resistência. Dario, o medo, tomou o reino da babilônia naquela noite fatídica para Belsazar e seus grandes. Este acontecimento, revela que Deus, o Todo-Poderoso, tem o cetro do governo do mundo em suas mãos e que nada escapa ao comando. 

Indiscutivelmente Nabucodonosor foi o mais importante dos reis da Babilônia. Seus feitos arquitetônicos construindo cidades e palácios e sua ousadia política, além de demonstrar uma inteligência espetacular. Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C. Evil-Merodaque o sucedeu no trono e, dois anos depois foi assassinado por Neriglissar, seu cunhado, mas quem veio a assumir o trono foi Nabonido, genro de Nabucodonosor, o qual gerou o filho chamado Belsazar. Este veio a ser co-regente com seu pai. Belsazar era um homem cruel, devasso, blasfemo e não respeitava os princípios nem os valores do reino. Nabonido, reinou por 17 anos (556-539). Diz a história que ele fez uma viagem a Arábia a serviço do reino e deixou o seu filho Belsazar como co-regente na capital do império. Ele havia sido nomeado pelo seu pai como seu representante na Babilônia. Era, portanto, a segunda pessoa mais importante do reino. Prevalecendo-se do seu poder, Belsazar fez uma festa regada a vinho e sexo, convidando os grandes do império e muitas mulheres, já embriagado ele manda buscar as taças sagradas do templo de Jerusalém para com elas beberem vinho. Ele ultrapassou a medida da paciência de Deus e, naquela noite, Deus escreveu na parede do palácio a sua sentença de morte e a queda do império Babilônico. Nesta história, aprendemos que ninguém zomba de Deus e sai impune. Deus na sua soberania, jamais deixará que um simples mortal profane o que é sagrado e queira tomar a sua glória. 
O relato bíblico diz, que o rei Belsazar ofereceu um banquete para mil dos seus membros da corte, e com eles bebeu muito vinho. Enquanto desfrutava com avidez da bebida, Belsazar deu ordens expressas para que lhe trouxessem as taças de ouro e de prata que seu pai, Nabucodonosor, tinha espoliado do Templo de Jerusalém, a fim de que o rei Belsazar e os seus nobres mais chegados, as suas mulheres e concubinas bebessem dessas taças preciosas. Então, rapidamente, lhe trouxeram as taças de ouro que haviam sido sequestradas da Casa de Deus em Jerusalém, e o rei e os seus nobres, as suas mulheres e as suas concubinas beberam à vontade nas taças. Entretanto, enquanto saboreavam o vinho, cantavam e louvavam seus deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra. De repente, surgiu a imagem dos dedos de uma imensa mão humana que começaram a escrever no reboco da parede, na parte mais iluminada do palácio real. O rei Belsazar observou atentamente o movimento daquela mão enquanto ela escrevia. Então o seu rosto foi ficando cada vez mais pálido, e ele ficou tão apavorado que os seus joelhos batiam um contra o outro e as suas pernas perderam a força e vacilaram. Aos berros, o rei mandou chamar imediatamente os adivinhos, os astrólogos, os místicos e determinou a esses sábios da Babilônia: “Quem conseguir ler esta inscrição e me declarar a sua verdadeira significação, receberá um manto de púrpura real, ganhará uma corrente de ouro para o pescoço, e será nomeado o terceiro dominador no governo do meu reino!”(Dn.5.1-7).

Deus não se deixa escarnecer. Um dos maiores erros do rei Belsazar foi utilizar os vasos sagrados da Casa do SENHOR. Ele profanou aquilo que era sagrado, mexeu com o que não deveria, ele afrontou o próprio Deus. Esta foi a gota d’água para Deus entrar em ação e lhe sentenciar. Com Deus não se brinca, tem muita gente brincando de ser crente e brincando de ser pastor. Deus, porém, por ser longânimo e misericordioso, está sempre dando uma nova oportunidade. Mas a longanimidade de Deus tem limite, chega o tempo que Ele vai agir e chamar para o ajuste de contas, e quando sair a sentença não tem mais jeito, Ele não revoga.  
Cuidado com o de repente de Deus, quando Deus dá a sentença não tem como revogar; vamos nos ajustar com Deus, para Ele não nos pesar na sua balança e nos achar em falta.