sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O DESERTO DE NEGUEBE.

SENHOR, traze os nossos cativos de volta, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto do Neguebe (Salmos, 126.4).

O Deserto do Neguebe está localizado no extremo sul de Israel, um lugar muito seco, um dos mais baixos da região. Cercado por cordilheiras, o deserto do Neguebe é uma densa extensão de terra, a principio improdutiva, ate que as torrentes de agua produzida pela chuva serôdia que cai abundantemente na região, por um longo período de tempo, invade o deserto trazendo grande inundação e transformando a terra árida em um rio que brota vida. Quando as águas evaporam, o deserto se transforma em um manancial com as mais belas flores e um verde onde somente se contempla no Neguebe.

Durante 6 meses o Neguebe é um lugar inóspito, sem vida, seco e sem esperança. Quem passava ali, jamais ousaria morar ou ficar um longo período de tempo, ninguém suportaria viver, estar naquele lugar. As pessoas passam pelo deserto mas ninguém quer estar em um.

As vezes na vida nos deparamos em desertos, estações e períodos de sequidão, onde a vida parece que se vai escorrendo entre os dedos, a esperança findou-se e tudo é sem cor, sem cheiro, sem sabor, é um nada. O deserto é assim, os desertos da vida são assim….

Depois da noite vem o dia, depois da tempestade vem a bonança, depois da escassez vem a abundancia, depois da sequidão vem a chuva e depois da luta vem a vitória. 
Eis que chega a temporada de chuvas no Neguebe. Como aquela faixa desértica é rodeada por grandes montanhas, elas se transformam em cachoeiras, onde as águas caem no deserto como torrentes, limpando tudo, ou melhor arrancando tudo o que encontra pela frente, e aquela terra árida, sem forma, e vazia se transforma em um rio porem, não é um riacho qualquer, um rio daqueles com correnteza forte, que carrega o que vê pela frente. As águas fluem com fúria, como se quisessem arrancar a dor, limpar as marcas, fazer novas marcas, mudar a região….
Existem momentos de temporais na vida, onde as águas caem de maneira áspera e por vezes geram dores. São chuvas serôdias com capacidade de limpar, transformar e mudar o deserto para um rio sem igual. Toda mudança ainda que seja para melhor, gera um desconforto inicial, transforma a nossa maneira de ver, pensar e encarar os fatos e a vida, a chuva produz limpeza, um novo cheiro, um novo cenário, uma novidade de vida.

- É TEMPO DE COLHETA.

E a chuva finda-se na região do Neguebe, o sol volta a brilhar. 
O grande e violento rio, cede espaço a um delicado córrego, que pouco a pouco vai secando e dando lugar a um fabuloso jardim com as mais belas cores, fantásticas flores e o verde que só é possível no Neguebe.
Estudiosos dizem que o vento transporta as sementes para o Neguebe mas, é a agua que gera o poder da vida !

E o deserto em nossas vidas se finda, o temporal deu uma trégua…. Chegou a hora da grande colheita, hora de colocar a mão no arado e ver o fruto do penoso trabalho: aquilo que aprendemos no deserto, as experiências em meio a falta de sentido e lógica, a perseverança em saber que tudo muda se não desistimos de lutar no deserto, a compreensão que estamos de passagem, que a chuva lava a alma e que tem poder de fazer brotar uma vida nova!

E assim a sorte do Neguebe é mudada a cada novo ciclo, e a vida nos ensina que nossas vidas são como os ciclos do Neguebe: momentos de seca, de muita agua, calor, momentos de frio… Momentos sem vida e momentos de abundância de tudo….
Como as torrentes do Neguebe transforma toda a região, assim verei o Manancial brotar no meu caminho, com as sementes que tenho plantado, e a fé que tenho gerado, transformará todo o meu deserto e me fará um vencedor.

Esta publicação foi escrita por Gregório Júnior e publicada em junho 11, 2009 às 3:21 am. Posteriormente foi adaptada por articulação de Geraldo Barbosa em 26 de setembro, 2019 às 23:20.
Fonte:  https://fateadal.wordpress.com/2009/06/11/o-deserto-de-neguebe/