Naquele tempo, passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começou a colher espigas e a comer. E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na Casa de Deus e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenareis os inocentes. Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor (Mt.12.1-8).
Os fariseus mais uma vez fazem oposição a Jesus ao criticar a atitude dos seus discípulos, quando eles tendo fome, colheram espigas e comeram. Os discípulos não estavam errados quando passaram pelo campo de plantações e colheram algumas espigas para comer. A lei permitia que uma pessoa faminta tinha liberdade de colher espigas e comê-las, desde que não usasse foice (Dt.23.25). O problema foi esse fato ter ocorrido no sábado. Os fariseus identificaram trinta e nove ações que seriam proibidas no sábado, entre elas colher, selecionar e separar grãos. Com base nessa regra, os discípulos, por serem flagrados na plantação colhendo espigas e comendo, foram censurados pelos fariseus de estarem violando o sábado. Jesus rejeitou a interpretação dos fariseus acerca da lei e mostrou que as necessidades humanas e a alimentação dos famintos tinham prioridade sobre a obediência rígida da lei. Ele cita como exemplo a Davi e seus companheiros, que, numa emergência, comeram o pão que era exclusivo dos sacerdotes (I Sm.21.1-6). Jesus acrescenta e pergunta: Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? (12.5). Jesus acrescenta que sempre tem alguma obra que precisa ser feita no sábado. Por exemplo, os sacerdotes e levitas acendiam o fogo, sacrificavam animais, limpavam o recinto e exerciam muitas outras atividades. As necessidades do templo superavam as prescrições da lei. Não podiam ser condenados por tais violações ao sábado. Jesus se declara maior do que o templo e enfatiza que o exercício da misericórdia é maior do que o sacrifício (12.6,7).
Jesus é muito maior que o sábado ou que o templo. Portanto, Ele pode cancelar suas regras, pois é Senhor do sábado. Sua autoridade pessoal está acima das tradições e regras dos fariseus. Os fariseus queriam transformar a observação da lei num fim em si mesmo. Os fariseus estavam preocupados com as tradições, com os rituais da lei, com a religiosidade das coisas e não com a alma das pessoas. Enquanto a religião dos fariseus valorizava as coisas, Jesus ensinava e valorizava as pessoas.
Conclusão: Jesus é Senhor do sábado, do domingo, da segunda... Ele é o Senhor de todas as coisas e sabe perfeitamente interpretar a Lei, porque Ele é a própria Palavra de Deus. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário