Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de padecimento na prisão, os quais são dignos de louvor entre os apóstolos, e estavam em Cristo antes mesmo de mim (Rm.16.7). BKJ.
Saudai Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo (Rm.16.7). ARC.
Andrônico e Júnias eram judeus, amigos de Paulo, com quem estiveram presos em Éfeso, por causa da pregação do evangelho de Cristo (II Co.11.23). O nome "Júnias", cuja acentuação no original grego indica nome próprio feminino, tem gerado algumas dificuldades para aceitá-la como parte do grupo apostólico. Paulo, que a exemplo de Jesus, também emancipou as mulheres para o serviço cristão, ele afirma que Andrônico e sua esposa eram crentes exemplares e gozavam de grande admiração por parte dos apóstolos. Estiveram entre os quinhentos irmãos que viram o Senhor ressuscitado (I Co.15.6). Portanto, exerciam o "ministério apostólico" como missionários itinerantes, ainda que não fizessem parte oficial do seleto grupo dos doze.
Comentário da Bíblia King James Atualizada, página 2160, parágrafo 4.
Paulo indica que Andrônico e Júnias eram seus parentes e companheiros de prisão por causa do evangelho. Além disso, menciona que os dois eram apóstolos e se converteram a Cristo antes dele. O termo apóstolo aqui, não significa que Andrônico e Júnias estavam entre os doze, mas que trabalhavam como mensageiros (como fizeram outros, cf. II Co.8.23; Fp.2.25) ou haviam sido ordenados como missionários.
Comentário Bíblico Africano, página 1410.
O PROBLEMA DA TEORIA DA CONTRAÇÃO.
A teoria mais comum sobre o gênero de Ἰουνιαν é que o mesmo trata-se de uma contração de um nome latino Iunianus, e portanto descreve um nome masculino. Essa opinião, frequentemente mencionada em materiais evangélicos contemporâneos, já era apresentado nos antigos léxicos e gramáticas. Aliás, em 1844 Henry Alford já fazia menção desse fato no seu Greek New Testament.34 Entretanto, é bem provável que tal teoria esteja errada. De modo geral, Peter Lampe afirma: “As modernas gramáticas suportam a leitura masculino ao teorizar que ‘Júnias’ era a contração de ‘Junianus’, mas sem serem capazes de citar qualquer evidência para essa teoria.”
O primeiro problema da teoria da contração é que o suposto nome masculino Ἰουνιᾶς/Iunias não é encontrado em nenhum documento Grego ou Latino sobrevivente do período do NT.36 Se a forma contraída, seja latina ou grega, não foi encontrada em lugar algum, como se pode saber que era uma contração? O segundo problema, é que não se pode confirmar se Iunianus foi realmente contraído para Iunias ou se é que foi contraído, pois a forma contraída não foi até então encontrada.37 É evidente que a ausência de evidência não implica em evidência de ausência. Por outro lado, o fato de que o nome feminino Ἰουνίας é encontrado pelo menos duas vezes fora da literatura cristã,38 parece sugerir que a existência de evidência de um nome feminino favorece a identificação de Ἰουνιαν como um nome feminino. Ao menos, deve-se concluir que a evidência disponível aponta para um nome feminino. Aliás, se o nome Ἰουνίας for na verdade a transliteração grega do latim Iunia, temos que considerar a referência de Paulo como necessariamente feminina. Evidencia para essa afirmação parece não faltar, pois o nome feminino latino (Iunia) foi encontrado em mais de 250 referências somente em Roma, enquanto o nome masculino (Iunias) não é encontrado em lugar nenhum.39 Também vale a pena notar que a mudança de opinião entre BADG (2ed.) BDAG (3ed) sugere que os recentes avanços no estudo do assunto apontam para uma definição mais clara de que Paulo realmente se refere a um mulher em Rm.16.7. Diante disso devemos considerar que é muito mais provável que a referência paulina teria sido feita a uma mulher e não a um homem.
Fonte: https://teologiabrasileira.com.br/era-junia-uma-apostola/
CONCLUSÃO:
Sobre a questão do apostolado do casal Andrônico e Júnias, concluímos que, na verdade eles se distinguiram entre os apóstolos, pelo fato de exercerem um ministério similar aos doze, ainda que não fizessem parte do grupo seleto dos doze. E Júnias, foi o que podemos chamar de "apóstola"? Foi, neste contexto que foi esclarecido e considerado. Por outro lado, o que Paulo não faz é reconhecer o apostolado feminino, como sugerem alguns teólogos e exegetas.
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