O povo reclama queixando-se das suas dificuldades (Nm.11.1-3).
Depois de apenas três dias de viagem (10.33), o povo começou a murmurar e a queixar-se da situação, porque as condições não eram excelentes. Quão rapidamente se esqueceram do livramento da escravidão do Egito e dos atos poderosos de Deus em seu favor! Não quiseram confiar em Deus e deixar com Ele sua vida e seu futuro. Atraíram assim, contra eles, a ira e o juízo de Deus.
TABERÁ - A "ardente" ira de Deus sobre o povo.
Deus responde as queixas do povo mandando um fogo que consome parte do arraial. O povo clama a Moisés, que age como intercessor, ele ora ao SENHOR, e o fogo se apaga (11.2). Assim, o lugar é chamado Taberá, porque o fogo do SENHOR se acendera sobre eles (11.3).
SEGUNDO EPISÓDIO.
O povo torna a reclamar lembrando-se das comidas do Egito (4-9).
E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: Quem nos dará carne a comer? (11.4). O termo "vulgo" ou "populacho" refere-se aos não israelitas que se juntaram ao povo de Israel, quando saíram do Egito (Ex.12.38). Essa mistura de gente influenciaram Israel a rebelar-se contra Moisés e contra Deus e a desejar os ilusórios prazeres do Egito. O motivo da reclamação aqui é o maná que Deus estava provendo como alimento diário no deserto. Eles alegaram não ter outra opção alimentar e lembraram-se da variedade de alimentos que tinham no Egito, especialmente das frutas, legumes e peixes; comidas que não podiam ser encontradas no deserto (11.4-6). Ao se queixarem dessa maneira os israelitas não levaram em consideração que o maná não era apenas um alimento físico, mas também uma dádiva de Deus a Israel. Ilustrava a realidade da provisão de Deus para o seu povo durante a jornada pelo deserto até chegarem a Canaã e poderem se alimentar dos frutos da terra prometida.
O descontentamento se espalhou pelas famílias, e o povo chorou e se queixou, até que, a ira do SENHOR se acendeu grandemente (11.10). Em outras palavras eles estavam querendo dizer que preferiam serem escravos no Egito e desfrutar das comidas saborosas, do que estarem sob os cuidados de Deus no deserto sem que pudessem satisfazer os seus apetites ou desejos.
TERCEIRO EPISÓDIO.
A Misericórdia de Deus.
Moisés reclama do fardo pesado. Deus atende o pedido de Moisés, suporta o povo e promete uma grande provisão de carnes (11.11-30).
Moisés sabia que as queixas do povo provocaram a ira de Deus, mas mesmo assim ele se queixou com o fardo que ele próprio tinha de carregar. Cansado de ser responsável por toda comunidade, Moisés expressou seus sentimentos a Deus de maneira intensa, perguntando o que havia feito para merecer esse fardo? Em continuação ele pergunta para Deus: Concebi eu, porventura, todo este povo? Gerei-o eu para que me dissesses que o levasse ao colo, como uma ama carrega um recém-nascido, à terra que juraste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Porquanto contra mim choram, dizendo: Dá-nos carne a comer; eu sozinho não posso levar a todo este povo, porque mui pesado é para mim. E se assim fazes comigo, mata-me, eu to peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal (11.11-15). A queixa de Moisés pode ser considerada uma oração por pedido de socorro. Deus concorda que Moisés está verdadeiramente exausto e desgastado pelas dificuldades de liderar um povo murmurador. Ao contrário dos israelitas, o líder Moisés não se atém a lamentar ou reclamar; ele pede a ajuda de que precisa para conduzir o povo.
A resposta de Deus.
A primeira coisa que Deus fez em resposta à queixa de Moisés foi concordadr que o líder de Israel precisava de ajudantes humanos. Diante disso, Deus instruiu Moisés a escolher setenta anciãos das doze tribos para dividir com ele o fardo de liderar o povo (11.16,17). Essa solução ressalta a importância de dividir o trabalho e envolver outros na liderança. Os lideres atual também precisam reconhecer que não podem fazer tudo sozinhos; precisam buscar a ajuda de outros membros da comunidade afim de ajudarem a sua liderança.
Na segunda parte da resposta, Deus promete prover carne para o povo, mas pede para o povo se santificar para recebê-la, pois o povo havia se rebelado contra Deus rejeitando o maná (11.18). Ao contrário do maná, que Deus continuaria a prover durante a jornada pelo deserto, a carne seria provida durante apenas um mês (11.19,20). A carne, seria ao mesmo tempo, uma dádiva e um castigo. Deus deu aos israelitas aquilo que eles desejaram, carne em abundância, todavia eles provaram mais uma vez do seu castigo.
As vezes devido as circunstâncias nos falta fé. Moisés duvidou de que Deus seria capaz de prover carne para tamanha multidão durante um mês inteiro (11.21,22). Pensando em na visão humana, perguntou: Degolar-se-ão para eles ovelhas e vacas que lhes bastem? Ou ajuntar-se-ão para eles todos os peixes do mar que lhes bastem? (11.22). Deus respondeu a Moisés que o seu poder é ilimitado e que Ele não depende das circunstâncias para realizar o seu querer. Resposta de Deus: Porém o SENHOR disse a Moisés: Seria, pois, encurtada a mão do SENHOR? Agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não (11.23). Aleluia! Então, soprou um vento do SENHOR, e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia de uma banda, e quase caminho de um dia da outra banda, à roda do arraial, e a quase dois côvados sobre a terra. Durante todo aquele dia e aquela noite e durante todo o dia seguinte, o povo saiu e recolheu codornizes. Ninguém recolheu menos de dez barris. Então eles as estenderam para secar ao redor de todo o acampamento (11.31,32).
QUARTO EPISÓDIO.
QUIBROTE-HATAAVÁ - As Sepulturas do Desejo.
Deus satisfaz o desejo do povo, envia codornizes em abundância a um metro de altura e 30 kilômetros de extensão; porém Ele julga o povo enviando uma praga mortal (31-35).
Apesar de ter atendido ao desejo dos israelitas, Deus ainda estava irado com eles e, quando começaram a comer, Ele os feriu com uma praga, e muitos morreram (11.33).
Deus é misericordioso e favorece o seu povo. Mesmo assim o povo foi ingrato e reclamavam porque queriam que seus desejos carnais fossem atendidos. Os carnais e murmuradores são alvos da ira de Deus. Somos julgados por Deus quando não julgamos que estamos errados e precisamos nos voltar para Ele. Deus enviou uma epidemia que matou muita gente. O povo estava satisfazendo o seu desejo, com a carne nos dentes foram mortos e sepultados no deserto. Quando desejamos algo fora da vontade de Deus, até podemos obter pela nossa insistência, mas terá um custo alto. Deus julga cada um de nós quando não abrimos mão do pecado e continuamos no erro. "As Sepulturas do Desejo" foi o nome dado ao lugar onde a ira de Deus veio sobre o povo e muita gente morreu no meio do deserto.
Esse episódio é uma solene advertência para quem insiste em andar na sua própria vontade e desejos, ao invés de humildemente submeter-se à vontade de Deus e de ser-lhe grato por sua providência. Rejeitar os caminhos de Deus equivale à incredulidade e à rebelião contra Ele; tal atitude leva ao seu julgamento (Sl.78.17-22).
Por causa da incredulidade e dos pecados do povo, Deus não permitiu que aquela geração entrasse na terra prometida, apenas seus filhos puderam entrar. A lição que aprendemos é que, é melhor refrearmos nossos desejos e vivermos sob a vontade de Deus, do que darmos vazão a concupiscência e sermos alvo da ira de Deus.
Partes dos comentários desta postagem foram extraídos da Bíblia de Estudo Pentecostal e Comentário Bíblico Africano.
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