Porque foste comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (I Co.6.20).
A partir do versículo 12 Paulo argumenta em favor da pureza e alerta sobre o perigo da imoralidade. O apóstolo inicia citando uma frase que talvez os coríntios estivessem usando para justificar seus erros: "Todas as coisas me são lícitas". Essa declaração é uma citação falsa dos inimigos da teologia de Paulo. Eles ensinavam que tinham o direito de fazer tudo quanto queriam por meio do corpo.
Paulo repete esta frase por quatro vezes: (1) Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém; (2) todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma (6.12). (3) Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém; (4) todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam (10.23). Observe que ele não concorda e complementa refutando.
Na época de Paulo havia uma filosofia grega que argumentava: Sendo o corpo totalmente sem valor e apenas o espírito importante, não interessava o que o corpo fizesse. Eles se sentiam livres para satisfazer os desejos físicos usando o argumento de que o alimento era feito para o estômago, e o estômago, para o alimento. Paulo concorda parcialmente com o argumento, mas salienta que Deus destruirá tanto o alimento quanto o estômago. Paulo enfatiza que o corpo não é para impureza, mas, para o Senhor (6.13). Ao contrário da filosofia grega que desvalorizava o corpo, Paulo valoriza e diz que Deus nos ressuscitará (6.14).
Paulo confronta mais uma vez a filosofia grega que ensinava que o corpo estava livre para satisfazer os desejos da carne e faz uma série de pergunta aos irmãos de coríntios: Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Afirma Paulo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito (15-17). Paulo cita Gênesis 2.24 para lembrar aos coríntios que o relacionamento sexual cria uma união, como uma cola que une as pessoas (6.16). Mas os cristãos devem estar ligados ao Senhor, não a prostitutas (6.17).
Paulo alerta aos coríntios: Fugi da prostituição! Em seguida mostra a gravidade deste pecado quando diz: "Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" (6.18).
Finalmente, Paulo volta ao ponto que já havia mencionado em 3.16. Ele pergunta mais uma vez: Ou não sabeis que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (6.19). Ele relembra aos cristãos que eles são templo e morada do Espírito de Deus. O comportamento imoral profana o templo de Deus.
Paulo finaliza seu raciocínio no que diz respeito ao corpo dizendo: Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (6.20).
Fomos comprados por um alto preço. O precioso sangue de Jesus nos resgatou da escravidão do pecado e pagou todas as nossas dívidas. ALELUIA!
