No ano 14 do reinado do rei Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria atacou todas as cidades fortes de Judá e as conquistou. E enviou uma carta ao rei Ezequias e o desafiou. Este episódio está registrado nos livros de II Reis capítulos 18 e 19; II Crônicas 32; Isaías capítulos 36 e 37.
O rei da Assíria, já havia assolado e dominado várias nações, o seu exército era imbatível e temido por todas as nações. Em 722 a.C., depois de 210 anos de idolatria, de rebeldia espiritual e de corrupção moral, Deus decretou a queda final e o exílio de Israel (Isto é, as dez tribos do Reino do Norte). O avanço implacável do mal entre o povo de Deus, chegara ao ponto culminante irreversível. Transbordara sua medida de iniquidade. O recurso único de Deus foi aplicar um julgamento, que dissolveu a nação; restou apenas um remanescente crente e fiel para presenciar o cumprimento das promessas de Deus (Rm.9.27).
Havendo passado cerca de 21 anos, em 701 a.C., o rei Senaqueribe da Assíria, reagiu à rebelião de Judá, com a captura de muitas das suas cidades importantes. Seus anais indicam que ele tomou quarenta e seis cidades muradas de Judá. Ezequias não vendo qualquer solução, caso continuasse a resistir, submeteu-se a Senaqueribe, apresentou desculpas e esvasiou o tesouro nacional de Judá, a fim de pagar a multa sobre o tributo, imposta pela Assíria (II Rs.18.13-16).
Mesmo depois do rei Ezequias ter pago os impostos em atraso com grande quantidade de ouro e prata, por alguma razão não esclarecida, o rei Senaqueribe da Assíria voltou a invadir Judá, à frente de um grande exército e sitiou Jerusalém (v.17). Os generais assírios procuraram intimidar Ezequias e toda Jerusalém, menosprezando o Senhor Deus e zombando da confiança que o povo tinha nEle.
A PREPARAÇÃO DO REI EZEQUIAS E SUAS PALAVRAS DE FÉ.
Quando Ezequias percebe que a vinda do rei da Assíria é iminente, ele tapou todas as fontes e fortificou todos os muros e torres, fez escudos em grande quantidades, pôs oficiais de guerra sobre o povo e falou-lhes ao coração dizendo: Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras! E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá (II Cr.32.1-8). As palavras de fé faladas pelo rei Ezequias, encontra-se registradas apenas no livro de II Crônicas 32.7,8. Aqui nós aprendemos três coisas importantes nas atitudes do rei Ezequias: (1) Ele se preparou (2) Ele exercitou fé. (3) Ele buscou ao SENHOR em oração.
Depois que Ezequias ouviu todas as ameaças do rei da Assíria, ele rasgou as suas vestes, e se cobriu de pano de saco, e entrou na Casa do SENHOR (19.1). Ezequias tinha grande confiança em Deus (18.5). Enfrentando as ameaças dos assírios e, indignado com a zombaria do rei assírio contra o SENHOR (18.30-35), buscou a Deus e rogou ao profeta Isaías que orasse por Jerusalém e pelo remanescente do povo de Deus (19.2-7).
Como se não bastasse todas as ameaças e afrontas, o rei Senaqueribe enviou cartas. Recebendo, pois, Ezequias as cartas das mãos dos mensageiros e lendo-as, subiu à Casa do SENHOR; e Ezequias as estendeu perante o SENHOR. E orou Ezequias perante o SENHOR... (V.14,15). Ezequias tomou a carta atrevida de Senaqueribe, exigindo rendição de Jerusalém, abriu-a diante do SENHOR e orou fervorosamente (19.14-19).
DEUS RESPONDE A ORAÇÃO DO REI EZEQUIAS.
E os servos do rei Ezequias vieram a Isaías. E Isaías lhes disse: Assim direis a vosso senhor: Assim diz o SENHOR: Não temas as palavras que ouvistes, com as quais os servos do rei da Assíria me blasfemaram. Eis que meterei nele um espírito e ele ouvirá um ruído e voltará para a sua terra; à espada o farei cair na sua terra (19.5-7). Então, Isaías, filho de Amóz, mandou dizer a Ezequias: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: O que me pediste acerca de Senaqueribe, rei da Assíria, eu o ouvi (19.20). Portanto, assim diz o SENHOR acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará nela flecha alguma; nem tampouco virá contra ela com escudo, nem levantará contra ela tranqueira alguma. Pelo caminho por onde vier, por ele voltará; porém nesta cidade não entrará, diz o SENHOR. Porque eu ampararei a esta cidade, para a livrar, por amor de mim e por amor do meu servo Davi (19.32-34).
O CUMPRIMENTO DA PALAVRA E A VITÓRIA DA NAÇÃO DE JUDÁ.
Essa blasfêmia e afronta contra Deus resultou numa intervenção divina, Deus enviou um anjo, o qual matou 185 mil soldados assírios, devastando todo o exército do rei Senaqueribe, e Judá foi liberto e vitorioso. O reino mais poderoso da terra veio de encontro para guerrear contra a pequena nação de Judá. Quando a derrota parecia inevitável, Deus interveio e livrou o seu povo. Na sua misericórdia, Deus manifestou a sua disposição de renovar o concerto e ser o Deus protetor de Judá, se o povo pusesse nEle a sua confiança.
Aqui nós aprendemos que, quando o povo está com o coração voltado para Deus, crendo nEle e se esforçando para viver de acordo com a Palavra de Deus, nenhum inimigo conseguirá vencer o povo de Deus. Deus se levanta e age, Ele guerreia as nossas guerras, porque a peleja já não é nossa, mas de Deus. Amém!