No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo (Ef.6.10,11).
Paulo finaliza a sua carta aos efésios alertando os irmãos sobre os poderes das trevas, ele diz para os irmãos se fortalecerem no Senhor e na força do seus poder, e estar firme contra as astutas ciladas do diabo. É fato que o mundo espiritual existe e todo cristão está engajado num conflito espiritual com o mal. Esse conflito é descrito por Paulo como o combate da fé (II Co.10.4; I Tm.1.18,19. 6.12), este combate é sem tréguas, ele só termina quando chegar o fim da nossa existência na terra. No presente, o cristão está empenhado numa guerra espiritual que trava constantemente, nesta guerra o crente é vencedor mediante o poder do Espírito Santo.
O que Paulo quis dizer com a expressão, "Astutas Ciladas do Diabo"? A expressão “astutas ciladas do diabo”, são “armadilhas” articuladas perversamente pelo reino das trevas, na intenção de desarticular e destruir o povo de Deus. Ciladas também são truques ou manipulações destinadas a enganar alguém. As ciladas do diabo são esquemas inteligentes usados por Satanás para nos enredar por meio de tentação, ameaças ou intimidação. As Escrituras nos dão uma visão das táticas do nosso inimigo: “... pois não ignoramos quais são as intenções dele” (II Co.2:11). Uma das astutas ciladas do Diabo, é fazer com que o erro venha disfarçado de verdade. O Diabo torce a verdade de Deus como fez lá no Jardim do Éden (Gn.3:1-6). Nós vemos como ele distorceu a Palavra de Deus para levar a mulher a se desviar do mandamento de Deus. Esta também é a característica de todo falso mestre, eles têm sempre uma interpretação distorcida da Escritura. Estejamos alerta em prestar atenção às suas ciladas.
O líder desse reino é identificado como Satanás ou Diabo, que significa adversário, caluniador, acusador” (Mt.4.1; Jo 8.44; I Pe 5.8). Ele age tomado de fúria e por meio do espírito do erro, ele prepara laços com o propósito de destruir a igreja de Cristo. Algumas de suas astúcias são: (1) Confundir a mentira com a verdade (Gn 3.4,5); (2) Deturpar as Escrituras (Mt 4.6); (3) Imitar e induzir ao erro por meio de disfarces (II Co.11.13,14); (4) fazer falsos sinais (II Ts 2.9); (5) fazer acusações (Ap 12.10); (6) Semear incredulidade (II Co 4.4); (7) Promover ideologias anticristãs (II Ts.2.3,4). Diante de todos estes ataques, o apóstolo Paulo ordena: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus!”.
No conflito contra o reino das trevas, Paulo enfatiza que esse conflito não é “contra carne e sangue” (6.12). Não se trata de lutar contra o ser humano, mas contra o reino das trevas nas “regiões celestes”. Essas declarações indicam que a batalha não é física, mas travada no mundo espiritual. O conflito é contra as hostes que, debaixo da autoridade do Diabo, mantêm os homens sob seu domínio e na escuridão (I Jo.5.19). Nessa metáfora, fica claro que o cenário do campo de batalha do soldado é espiritual. A natureza do conflito é pessoal e coletiva, pois essa luta se dá tanto na área individual quanto na área coletiva da igreja (I Pe.5.8,9).
Satanás se manifesta como anjo de luz. Paulo nos diz em II Co.11:13-15, que ele se transfigura em anjo de luz, na intenção de imitar os verdadeiros ministros de justiça. Os agentes de Satanás são poderosos. Os títulos “principados e potestades” indicam poder, primazia e autoridade para agir; “príncipes das trevas” são líderes de anjos decaídos, que sob o comando do Diabo exercem domínio. Eles são malignos. Esses agentes formam “as hostes espirituais da maldade”. Refere-se a demônios que empregam seu poder destrutivamente para o mal. Eles são astutos. São cheios de sutilezas e maquinam a queda da Igreja. Apesar desse imenso império do mal, a Igreja é exortada a não temer. Somos incentivados a lutar e, sobretudo, a vencer, pois o Senhor da Igreja está elevado ao nível “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio”. O Senhor da igreja diz: "As portas do inferno não prevalecerão contra a igreja" (Mt.16.18). Amém!