quinta-feira, 10 de abril de 2025

A FUMAÇA DA GLÓRIA.

 


E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça (Is.6.4).

Esta fumaça é uma representação simbólica da glória de Deus. A glória do SENHOR, refere-se a uma manifestação visível da sua presença e do seu esplendor. Esta glória se manifestava em várias ocasiões ao longo da história, e está registrada no texto sagrado. Isaías não viu a plenitude da glória de Deus, mas apenas uma projeção limitada da Sua glória. 

A fumaça ou a nuvem de glória foram manifestas em várias ocasiões: (1) No Monte Sinai (Ex.19.14-25). (2) Na Inaugaração do Tabernáculo (Ex.40.34-38). (3) No Santíssimo Lugar sobre o Propiciatório (Lv.16.11-14). (4) Na Inauguração do Templo de Salomão (II Cr.7.1-3). (5) No Templo na visão de Isaías (Is.6.1-4). (6) No Templo do Tabernáculo do Testemunho que João viu no céu (Ap.15.5-8).

Na nuvem que pairou sobre o Tabernáculo estava a “kabod Yavé”, ou seja, a glória do SENHOR. Essa glória que no hebraico é kabod (e no grego neotestamentário é doxa), fazem referência a presença de Deus. Na literatura judaica, no Talmude, esta glória é chamada de Shekinah, que significa habitação de Deus, lugar onde se manifesta o fulgor ou esplendor da Presença e da atuação divina.

Popularmente tem se ouvido tanto pregadores como cantores fazerem referência à glória de Deus em sua expressão máxima como sendo a Shekinah de Deus. É sabido que a palavra Shekinah não existe nos textos originais bíblicos, e também nota-se certo abuso no uso da mesma. Infelizmente qualquer “animação” na igreja que provoque emoções e gritos de glória e aleluia já é tida como a manifestação da Shekinah de Deus.

SHEKINÁH, significa “habitação”. Segundo os eruditos da Bíblia, este vocábulo procede do aramaico Shekēn, que significa “habitar” e refere-se a Habitação de Deus, isto é, sobre a pessoa, sobre a congregação de Israel, ou sobre a Arca da Aliança ou o Tabernáculo. A ideia é que Deus “pousava” ou “pairava” sobre algo, irradiando seu kabōd [glória]. Segundo os rabinos, a SHEKINÁH “pairava” ou “pousava” sobre os judeus que oravam ou citavam o Shēma. 

Na literatura midrashica o termo é usado para substituir o Nome divino. Preocupados com o emprego indevido do Nome Sagrado, os rabinos judeus usavam vez por outra o vocábulo SHEKINÁH para substituí-lo. SHEKINÁH referia-se à Presença ou Radiância de Deus, ou até mesmo ao próprio SENHOR manifestado. De acordo com a compreensão dos exegetas e místicos do judaísmo, a SHEKINÁH era uma teofania muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Neste sentido, a manifestação divina a Moisés, na teofania visível e audível da sarça ardente, era a aparição da SHEKINÁH, ou a presença da deidade pairando sobre a sarça.

Finalmente, nas páginas do Antigo Testamento, nem no Novo Testamento, não encontramos qualquer menção no original ao termo SHEKINÁH, este era usado pelos rabinos judeus, conforme a concepção talmúdica.

♫No Santo dos Santos, a fumaça me encobre, só Teus olhos me ver... 

A fumaça escondia o sumo sacerdote, até a ponto do nariz desaparecer. 

Se esconda na fumaça da glória, senão a glória de Deus, não aparecerá na sua vida.

Amém! Deus te abençõe!

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