quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

A TENTAÇÃO DE JOSÉ.


... E José era formoso de aparência e formoso à vista.

E aconteceu, depois destas coisas, que a mulher de seu senhor pôs os olhos em José e disse: Deita-te comigo.

Porém ele recusou e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo e entregou em minha mão tudo o que tem.

Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?

E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos para deitar-se com ela e estar com ela, sucedeu, num certo dia, que veio à casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali.

E ela lhe pegou pela sua veste, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.

E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua veste em sua mão e fugira para fora, chamou os homens de sua casa e falou-lhes, dizendo: Vede, trouxe-nos o varão hebreu para escarnecer de nós; entrou até mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz.

E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua veste comigo, e fugiu, e saiu para fora.

E ela pôs a sua veste perto de si, até que o seu senhor veio à sua casa. Então, falou-lhe conforme as mesmas palavras... 

E Potifar, o senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere.

O SENHOR, porém, estava com José... (Gênesis, 39.6-21).

José, mais conhecido como José do Egito, é o mais perfeito tipo de Cristo na Bíblia. A sua vida foi muito atribulada, Ele foi vítima de inveja, de tentação, de calúnia e de injustiça; sendo levado à prisão injustamente. Mas Deus estava com José, e a sua fidelidade a Deus, o levou a ser exaltado como governador da terra do Egito. 

José era um jovem bonito, tinha entre 18 a 20 anos quando foi tentado pela mulher de Potifar, estava com a testoterona a todo-vapor e o libido a flor da pele, mas ele não cedeu porque temeu a Deus e respeitou o seu senhor.

José estava distante da casa dos seus pais, não tinha pastor para lhe orientar, não havia igreja para frequentar e fortelecer a sua fé, não tinha a Torá para ele ler e alimentar a sua alma, mas mesmo não tendo tudo isso a seu favor, ele não pecou, porque ele tinha consigo o temor de Deus. Diferente de muitos crentes, que tem todo suporte espiritual, mas mesmo assim cede a tentação e peca, porque não tem o temor de Deus.

Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.

Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta.

Mas cada um é tentado, quando atraído e seduzido pela sua própria concupiscência.

Depois, havendo a concupiscência concebido, dá luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte (Tg.1.12-15).

OS SEIS ESTÁGIOS DA TENTAÇÃO.

1) ATRAÇÃO.

O pecado não é algo desprezível, o pecado é atrativo porque ele enche a vista daquele que olha e o vê como um belo e saboroso prato de comida. O pecado se apresenta como um cardápio variado para satisfazer todos os gostos do miserável pecador. Satanás, o agente da tentação, age como garçom numa festa de comes e bebes, ele apenas oferece, não obriga ninguém a pecar, mas cai na tentação quem atende os desejos da carne e se entrega ao pecado.

2) SEDUÇÃO.

A sedução é o ato de seduzir ou ser seduzido, a sedução é como uma isca que é lançada de forma sorateira para atrair a sua presa. O processo da sedução pode ser longo ou de imediato, dependendo de cada situação. No caso da mulher de Potifar, ela insistia falando a cada dia com José e ele a resistia, até que ela partiu para lhe atacar. Não alimentar a sedução e fugir dela, é o melhor caminho para não cair na tentação.

3) DESEJO.

O desejo é normal, é salutar quando direcionado para o bem, para o que não é imoral. Porém, no que diz respeito ao erro, ao pecado, devemos buscar o equilíbrio e ter domínio próprio sobre nossos desejos e ações que poderá nos levar a ruína. 

O mundo é como uma vitrine cheia de ilusões para atrair e despertar o desejo de ter, de querer e de possuir tudo aquilo satisfaz o nosso ego e satisfação carnal. Fugir do pecado é a melhor fuga para não cair em tentação. Paulo diz a Timóteo: Foge, também, dos desejos da mocidade... (II Tm.2.22). Paulo também orienta os irmãos da igreja em Corinto a fugi da imoralidade sexual (I Co.6.18). Neste particular, temos uma grande diferença entre Sansão e José, enquando Sansão desejou e se deixou levar pela sedução de Dalila, José foi prudente e fugiu da sedução e dos ataques da mulher de Potifar. 

4) CONCEBIDO (projetado, que está no âmbito do pensamento, fruto da imaginação).

A tentação, também vem através dos nossos pensamentos. O pecado pode ser premeditado e em seguida praticado, porque é projetado no pensamento e torna-se fruto da imaginação quando o ato é consumado. A tentação é algo normal ela vem para todos, cada pessoa é tentada naquilo que lhe atrai, no que diz respeito a sua fraqueza. O próprio Jesus foi tentado, a Bíblia diz, que em tudo Ele foi tentado, mas não pecou (Hb.4.15). A tentação bate a nossa porta todos os dias, é só resistir e não abrir a porta para o pecado. Há uma poesia do hino 75 da harpa cristã, que diz: Tentado, não cedas, ceder é pecar; melhor e mais nobre será triunfar. Coragem, ó crente, domina o teu mal; Deus pode livrar-te de queda fatal. ♫

Há um ditado que diz: "O passáro (mal pensamento), pode até pousar sobre a nossa cabeça, mas não podemos deixar que este faça ninho". 

Geralmente os males são frutos dos pensamentos, que procedem do coração do homem. Jesus disse: Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias (Mt.15.19).

5) DÁ À LUZ O PECADO (gera, faz nascer).

Dá à luz o pecado, é ceder a tentação, é permitir gerar e fazer nascer aquilo que já estava sendo processado, vindo dia após dia sendo alimentado pela pessoa que cede a tentação.

6) CONSUMAÇÃO (pratica do pecado, derrotado ou vencido pela tentação).

Após ceder a tentação e consumar o pecado, e ainda continuar praticando o pecado, este vai gerar a morte, não física, mas espiritual. 

Lembrando que, as tentações abrangem todas as áreas da nossa vida.

Há uma frase que diz: "José governou o Egito, mas o Egito não governou José". 

Espiritualmente, o Egito simboliza o mundo e sua escravidão aos seus prazeres pecaminosos.