sexta-feira, 16 de outubro de 2020

20 RECLAMAÇÕES E QUESTIONAMENTOS DE JÓ.

Jó foi um homem justo, íntegro, reto, temente a Deus e desviava-se do mal. O próprio Deus deu testemunho das virtudes de Jó. Mas, Jó não foi um homem sem pecado. Ele não blasfemou de Deus em nenhum momento da sua provação, mas em sua fraqueza, no seu sofrimento, ele questionou a Deus e reclamou da situação em que estava enfrentando. Em minha análise textual, pude perceber e enumerar pelo menos vinte reclamações e questionamentos de Jó.

1- Pereça o dia em nasci, e a noite em que se disse: Foi concebido um homem! (3.3).

2- Por que não morri eu desde a madre e, em saindo do ventre, não expirei? (3.11).

3- Por que não me sepultaram como criança abortada, como um bebê (3.16 NVI).

4- Por que se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo ... (3.20).

5- O que eu temia veio sobre mim; o que eu receava me aconteceu. Não tenho paz, nem tranquilidade, nem descanso; somente inquietação (3.25,26 NVI).

6- Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim (6.4).

7- A minha carne se tem vestido de bichos e de torrões de pó; a minha pele está gretada e se fez abominável (7.5).

8- É melhor ser estrangeiro e morrer do que sofrer assim; sinto desprezo pela vida! Não vou viver para sempre; deixa-me, pois os meus dias não têm sentido (7.15,16 NVI).

9- Se pequei, que te farei, ó Guarda dos homens? Por que fizeste de mim um alvo para ti, para que a mim mesmo me seja pesado? E por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniquidade? Pois agora me deitarei no pó, e de madrugada me buscarás, e não estarei lá (7.20,21).

10- Por que me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa? (9.17).

11- A minha alma tem tédio de minha vida; darei livre curso a minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo. Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das minhas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios? (10.1-4).

12- Lembra-te de que me moldaste como o barro; e agora me farás voltar ao pó? (10.9 NVI).

13- Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado. Por que escondes o teu rosto e me tens por teu inimigo? (13.23,24).

14- Atormentarás uma folha levada pelo vento? Perseguirás a palha? Pois fazes constar contra mim coisas amargas e me fazes herdar os pecados da minha juventude (13.25,26 NVI).

15- Foram-se os meus dias, os meus planos fracassaram, como também os desejos do meu coração (17.11 NVI).

16- Meu espírito está quebrantado, os meus dias se encurtam, a sepultura me espera. A verdade é que zombadores me rodeiam, e tenho que ficar olhando a sua hostilidade (17.1,2 NVI).

17- Respondeu, porém, Jó e disse: Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras? Já dez vezes me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim vos endurecerdes. Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro. Se deveras vos levantais contra mim e me arguis pelo meu opróbio, sabei agora que Deus é quem me transtornou e com a sua rede me cercou. Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça. O meu caminho Ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça. Quebrou-me de todos os lados, e me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore. E fez inflamar contra mim a sua ira e me reputou para comigo como um de seus inimigos (19.1-11). 

18- Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos. Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar com a minha boca. O meu bafo se fez estranho a minha mulher, e a minha súplica, aos filhos do meu corpo. Até os rapazes me desprezaram, e, levantando-me eu, falam contra mim. Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim. Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes. Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou (19.14-21).

19- Por isso, me perturbo perante Ele; e quando isto considero, temo-me dele. Porque Deus macerou o meu coração, e o Todo-Poderoso me perturbou. Porquanto não fui desarraigado antes das trevas, nem encobriu a escuridão o meu rosto (23.15-17).

20- Irmão me fiz de dragões, e companheiro dos avestruzes. Enegreceu-se a minha pele sobre mim, e os meus ossos estão queimados do calor. Pelo que se tornou a minha harpa em lamentação, e a minha flauta, em voz dos que choram (30.29-31).  

Em suma, finalmente, os três "amigos" de Jó esgotaram as suas palavras e não conseguiram contra argumentar as palavras de Jó. Jó apresenta suas razões e justifica seus feitos, e também esgota suas reclamações, questionamentos e justificações. Quando Jó esgota todos os seus discursos e já não tem o que falar, Deus entra em cena e começa a falar com Jó do meio de uma tempestade. Geralmente é assim, Deus permite e entende as nossas queixas e reclamações, ele conhece a nossa estrutura, nossas fraquezas e limitações. No final Ele chega para nos socorrer e mudar a nossa sorte.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

JÓ E A REALIDADE DE SATANÁS.

E vindo um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles (Jó.1.1).

Satanás aparece no livro de Jó como um ser inteligente e com poderes limitado, que age sob a soberania e permissão de Deus. Ou seja, ele não faz o que quer (1.12;2.6). Satanás é um ser espiritual, foi criado por Deus como Querubim ungido, mas por decisão própria se rebelou e declarou-se inimigo de Deus e das suas criaturas (Is.14; Ez.28). Satanás é a tradução do termo hebraico "satan", com o sentido de adversário e oponente. A concepção que se tem de Satanás e da existência do mal a partir da cultura bíblica, difere muito da cultura secular. De acordo com a bíblia, Satanás existe e é real. Todavia, a compreensão que o Antigo Testamento possui sobre Satanás e os demônios é bastante limitada e menos completa do que a que é revelada no Novo Testamento. Não há dúvida de que o Diabo descrito no livro de Jó, como aquele que rodeava a terra e passeava por ela (1.7), é o mesmo Diabo descrito pelo apóstolo Pedro, que "anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" (I Pe.5.8). Portanto, Satanás é um ser maligno, real e pessoal.

A NATUREZA DE SATANÁS.

Um ser espiritual.

O livro de Jó não procura provar a origem do Diabo, mas o releva como um ser real. Destaca algumas características da natureza de Satanás que nos permitem conhecê-lo melhor. Em primeiro lugar, conforme o livro apresenta, o Diabo é um ser espiritual e encontra-se na mesma categoria dos anjos, representada no texto pela expressão “os filhos de Deus” (Jó 1:6). Os anjos são seres espirituais que não pertencem à dimensão natural, mas à sobrenatural. Isso explica, por exemplo, a capacidade da rápida locomoção do Diabo quando rodeava a Terra e passeava por ela (Jó 1:7).

Um ser dotado de personalidade.

Além do fato de ser um ente espiritual, o diabo é dotado também de personalidade. Ele é uma pessoa e se apresenta como tal. No livro de Jó o vemos assumindo atributos de um ser pessoal. Ele fala e possui capacidade argumentativa (Jó 1:9-11). Essa mesma característica aparece de forma mais explícita na tentação de Cristo (Mt 4:1-11; Lc 4:1-13). No livro, além de se apresentar verbalmente, Satanás também demonstra possuir conhecimento. Ele sabe o que se passa na Terra e como se comportam os homens. Ele conhecia a vida de Jó. Isso faz dele um ser perspicaz. O apóstolo Paulo sabia que o Diabo é um ser que possui perspicácia quando disse não ignorar os “ardis” e que ele se valia de métodos sofisticados para atingir as pessoas (2 Co 2:11; Ef 6:11). Assim, Satanás usou seu conhecimento e perspicácia para atacar Jó.

Um ser criado.

Satanás não é auto existente, ele é um ser criado por Deus sendo um anjo, dotado de natureza espiritual e personalidade, capaz de decisão e escolha. Ele é descrito no livro de Ezequiel 28.14 com a expressão: "Tu eras querubim ungido para proteger ... ". Ao contrário de Deus, que criou todas as coisas, o anjo que se tornou Satanás teve uma origem. Nem sempre o Diabo foi Diabo. Ele fora um anjo bom como os demais. O livro de Jó revela que Satanás tem suas ações limitadas por Deus. Ele tem poderes limitado e age debaixo da soberania e permissão do Todo-Poderoso ( 1.12; 2.7). 

AS OBRAS DE SATANÁS.

Destruidor.

Destruir é uma das obras de Satanás, com a permissão de Deus ele destruiu os bens de Jó, a sua família e sua saúde. Como destruidor Satanás tem um emissário chamado anjo do abismo, que em hebraico seu nome é Abadom, e em grego, Apoliom (Ap.9.11). Satanás é comparado com o ladrão que vem para roubar, matar e destruir (Jo.10.10). Satanás nunca constrói, ele só destrói. Ele destruiu tudo que Jó tinha, mas Deus lhe restituiu tudo em dobro. Satanás só destrói o que Deus permite.

Acusador.

Acusar, difama e caluniar são obras de Satanás. Ele se apresenta no livro de Jó como acusador. Ele acusa Jó de ser um crente que só serve a Deus por causa das riquezas que possui (1.10,11). Satanás acusou a Jó diante de Deus, de praticar uma fé motivada por interesse. A fama de Satanás de acusador está registrada em toda a Bíblia, desde Gênesis até Apocalipse. Ele acusou o sumo-sacerdote Josué, quando este estava diante do anjo do SENHOR, mas foi repreendido (Zc.3.1,2). Satanás tem a sua base de operação nas regiões celestes (Ef.6.12), ele é chamado de "o príncipe das potestades do ar" (Ef.2.2). Em Apocalipse 12.10, Satanás é chamado de acusador de nossos irmãos, e ele será derribado com todo o seu exército de demônios. 

Tentador.

Satanás é chamado de antiga serpente no livro de Apocalipse (Ap.12.9). Ele foi o agente da tentação que se utilizou da serpente para enganar Eva (Gn.3.1-6). No livro de Jó o seu papel de tentador foi tentar a Jó por todos os meios afim de que Jó blasfemasse contra Deus. Ele usou a mulher de Jó, quando ela disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre (2.9). Mas, Jó não blasfemou e venceu o tentador.

A DERROTA DE SATANÁS NO LIVRO DE JÓ.

O livro tem um início dramático, mas um final apoteótico. Jó foi submetido a uma prova de fogo, e mesmo sendo chamuscado pelas chamas do sofrimento, saiu vivo e vitorioso. Deus nunca o abandonou. A graça estava atuando oculta. Deus provou a Satanás que Jó era mesmo o homem que Ele disse que era: justo, reto e temente a Ele. Em nenhum momento no livro de Jó, Satanás é supervalorizado nem colocado em maior evidência que Deus. Mas vemos que o livro de Jó retrata de forma nítida a derrota de Satanás. A vitória de Jó foi uma derrota para ele. Satanás não aparece mais a partir do capítulo três e não é mais mencionado no restante do livro. Não é, pois, propósito do livro pô-lo em evidência, nem tampouco superestimar o mal. O livro de Jó mostra que Satanás não teve êxito no seu intento, que era fazer com que Jó blasfemasse. 

* Uma curiosidade no livro de Jó: O nome "Satanás" aparece 14 vezes, das 19 que aparecem no Antigo Testamento. O nome Todo-Poderoso (El-Shaddai) aparece 31 vezes, das 50 que aparecem em todo Antigo Testamento. Provando que o protagonista do livro de Jó é Deus e não Satanás.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

VERSÍCULOS DO LIVRO DE JÓ USADOS FORA DE CONTEXTO.

Não são poucos os pregadores que fazem uso de versículos isolados fora de contexto, para expor um pensamento particular, fazendo uma exegese equivocada. Infelizmente, muitos pregadores imaturos estão agindo como papagaio, repetindo o que ouve-se de outros pregadores. Textos isolados são usados para causar uma mensagem de impacto e trazer emoção para o povo. São mensagens que não vem de Deus, mas são articuladas na intenção fazer movimento e satisfazer o ego do pregador.

* As tendas dos assoladores têm descanso, e os que provocam a Deus estão seguros; nas suas mãos Deus lhes põe tudo (Jó.12.6).

Pregadores famosos usando esse versículo para incitar o povo provocarem a Deus para receberem milagres. Intitulam a pregação: "Provocadores de milagres", totalmente fora de contexto. Nesse versículo, Jó está se queixando pelo fato de os adversários de Deus, os ímpios, terem descanso e prosperidade, enquanto os justos sofrem. Portanto, não há argumento bíblico para afirmar que esse texto está nos dizendo que devemos provocar Deus para recebermos milagres. Isso é torcer totalmente o sentido do texto e torna-lo irreal. 

* Eu te darei resposta, a ti e aos teus amigos contigo (Jó.35.4)

Muitos utilizam esse versículo nos círculos de oração. Citam como base para afirmar que Deus estaria dando resposta aos crentes. Porém, esse versículo não é Deus falando para Jó, mas o jovem Eliú, o último dos amigos de Jó a argumentar com ele e em tom de repreensão, pelo fato de os outros três amigos de Jó não lhe terem dado resposta adequada para seu sofrimento. Deus começa a falar com Jó a partir do capítulo 38. 

* No seu pescoço reside a força; diante dele até a tristeza salta de prazer (Jó.41.22).

Quando lemos por completo o capítulo 41 de Jó, facilmente vamos perceber que é Deus falando a Jó acerca de um grande monstro chamado de leviatã. Um monstro cuja aparência "tocava terror no coração de quem o visse", fazendo a tristeza, medo e pavor se intensificarem ainda mais, "saltarem", vibrarem. Na versão NVI, o texto está melhor traduzido: "Tanta força reside em seu pescoço que o terror vai adiante dele". Tristeza saltar de prazer é uma figura de linguagem, da expressão poética do livro de Jó. Mas esse versículo de Jó não serve a esse propósito. A afirmação que na presença do SENHOR a alegria é plena está no livro dos salmos 16.11: "Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita". NVI.

* Porventura, sabes tu como Deus as opera e faz resplandecer a luz da sua nuvem? (Jó.37.15).

Este é mais um versículo que alguns pregadores citam para justificarem o poder de Deus. Eles dizem:  Irmãos, está escrito: Porventura, sabes tu como Deus opera? 
Onde na verdade não está escrito assim. O correto é: Porventura, sabes tu como Deus as opera e faz resplandecer a luz da sua nuvem? (37.15). Na verdade, este versículo está se referindo ao comando de Deus sobre as nuvens e como faz resplandecer o relâmpago. Na versão NVI está escrito: Acaso você sabe como Deus comanda as nuvens e faz brilhar os seus relâmpagos? 

Estes são alguns versículos do livro de Jó que muitos pregadores utilizam em seus sermões, totalmente fora do contexto. Sem contar com outros versículos isolados em toda a Bíblia. Que sejamos coerentes em nossas pregações, não forçando o texto sagrado para falar uma verdade que não existe. 

domingo, 11 de outubro de 2020

SETE EXPRESSÕES QUE NÃO DEVEM SER PRONUNCIADAS.

Não são poucos os pregadores que cometem erros com suas expressões vagas e vícios de linguagem; muitos fazem uso de jargões para promover o movimento e transformar o culto racional no culto das emoções. O fato é que, os pregadores denominados pentecostais muitas vezes são os que mais cometem erros com seus jargões e jogos de frases de efeitos para movimentar e mexer com a emoção do público ouvinte. Muitos são sensacionalistas e falam o que o povo gosta de ouvir, não o que precisa, fazem uso da palavra de Deus, para manipularem o povo e quererem glória para si.

SETE EXPRESSÕES QUE NÃO DEVEM SER PRONUNCIADAS:

Nunca diga: 

A Bíblia vai dizer. Isto é futuro.  Correto é: A Bíblia diz, isto é presente.

Nunca diga: 

Saúdo os irmãos com a paz do Senhor e aos amigos com uma boa noite. Isto não é correto, as pessoas se sentem discriminadas. Aprendemos com Jesus que devemos saudar a todos com a paz (Mt.10.5,6).

Nunca diga: 

Os irmãos fiquem em espírito de oração. É correto dizer: Fiquem orando em espírito. Paulo pede para os irmãos orarem no Espírito (Ef.6.18). Na epístola de Judas está escrito: Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo (Judas, 20).

Nunca diga: 

Para não ficar só em minhas palavras ... Quando você foi chamado para falar a Palavra de Deus, não as suas.

Nunca diga:

Fui pego de surpresa e não tenho nada ... 

Soldado de Cristo é como guerreiro, deve sempre está preparado. Isto é uma falsa humildade. Se não tem nada então passa a oportunidade para outro. Nós temos que ter sempre alguma coisa da parte de Deus. Quem ler a bíblia e ora, e tem comunhão com Deus, sempre tem algo da parte de Deus.

O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? Diz o SENHOR (Jr.23.28).

Nunca diga:

Saldo os irmãos com a paz do Senhor. 

Saldo é de banco, extrato bancário. O correto é dizer saúdo, ou cumprimento os irmãos com a paz do Senhor. Seja por descuido ou vício de linguagem, muitos pregadores ainda cometem este erro. 

Nunca diga:

A Bíblia fechada é um livro e aberta é a boca de Deus falando para o mundo. A Bíblia aberta ou fechada continua sendo um livro. Porém, quando lida, pregada e ensinada é uma mensagem de Deus para humanidade.

Que sejamos coerentes com a Palavra de Deus e preguemos a genuína mensagem do Evangelho. 

sábado, 10 de outubro de 2020

QUEM ERA JÓ?

 

Jó, para alguns estudiosos da Bíblia é um personagem fictício, uma lenda, um homem que nunca existiu. Todavia, a própria Bíblia afirma que Jó foi um personagem real que existiu na época dos patriarcas, ele é citado pelo profeta Ezequiel como exemplo de homem justo, juntamente com Noé e Daniel (Ez.14.14,20). No Novo Testamento Jó também é citado pelo apóstolo Tiago como exemplo de homem paciente e perseverante (Tg.5.11). Quem afirma que Jó nunca existiu, deve também afirmar que Noé e Daniel não existiram. Jó era um homem rico, a Bíblia declara que ele era maior do que todos do Oriente (1.3). Mas o que lhe destacava dos demais era o seu caráter ilibado que possuía. Jó foi um homem diferente, não em natureza, pois ele era igual aos demais homens de sua época. Todavia, foi, sem dúvida, distinto na espiritualidade. Ele foi um homem que não apenas possuía bens materiais e uma família sólida, mas mantinha profunda comunhão com Deus. Isto faz toda diferença. 

SIGNIFICADO E ORIGEM DO NOME JÓ.

Geralmente quando falamos de Jó, nos vem a mente a lembrança de sofrimento. Jó também tem sido sinônimo de paciência. Jó tem significado variados nos dicionários bíblicos: Hostilizado, perseguido, pesaroso, sofrido, paciente, perseverante. 

Jó é proveniente da forma hebraica Yob ou Iyyov, que posteriormente se tornou Iob tanto no idioma grego quanto no latino. Há também a variação Ayyub, presente na língua árabe, bem como Job, registrada no inglês e no holandês.

( https://www.nomesbiblicos.com/jo/ )

JÓ TRÊS VEZES MAIS

Mais Rico.

... este homem era maior do que todos os do Oriente (1.3).

Mais Justo.

E disse o SENHOR  a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero, e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal (1.8).

Mais Paciente.

E que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso (Tg.5.11).

QUALIDADES DE JÓ.

- ÍNTEGRO (sincero).

Integridade é um dos adjetivos usados para descrever o caráter de Jó. Jó não era um homem sem pecados, mas tinha um caráter irretocável. O termo hebraico "tam", traduzido como "íntegro", possui o sentido de "completo". Nesse aspecto, o texto destaca o caráter de Jó como sendo um homem honesto em tudo. Assim, podemos afirmar que Jó era sincero nas intenções, afeições e diligente para cumprir seus deveres para com Deus e os homens.

- RETO (irrepreensível).

Jó também era um homem reto que, no hebraico é "yashar", tem o sentido de alguém justo, direito. Na septuaginta, versão grego, possui o sentido de irrepreensível. Ser reto, também significa andar em retidão pelo caminho reto. No livro dos salmos está escrito: O SENHOR não negará bem algum aos que andam na retidão (Sl.84.11b). Quem vive em retidão, anda em sinceridade sem se desviar do caminho, tendo o SENHOR como seu alvo principal.

- TEMENTE A DEUS e desviava-se do mal.

De acordo com Strong (2002, p.55), o adjetivo hebraico yare, traduzido aqui como "temia", além desse sentido, também significa "reverência" e "espanto". Temor, portanto, possui o sentido de "respeito", não de "medo". Por outro lado, o verbo "desviar", do hebraico "sur", segundo Strong (2002, p.92), tem o sentido de desviar, mudar, escapar, retirar-se. 

Jó era um homem temente a Deus, e este temor fez dele um servo reverente, que se desviava ou mudava de trajetória para evitar encontrar-se com o mal. Subtende-se que, Jó era um homem que não aceitava mistura, mas separava o santo do profano, o puro do impuro. Portanto, Jó era um homem que temia a Deus e desviava-se do mal; este é mais um exemplo que deve ser seguido. No próprio livro de Jó está escrito: Mas disse ao homem: Eis que o temor do SENHOR é a sabedoria, e apartar-se do mal é a inteligência (Jó.28.28).

FRASES CELÉBRES DE JÓ:

Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR (1.21).

Receberemos o bem de Deus e não receberíamos o mal? (2.10).

Porque o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu (3.25).

Ainda que Ele me mate, nele esperarei; contudo, os meus caminhos defenderei diante dele (13.15).

Se eu falar, a minha dor não cessa; e, calando-me, qual é o meu alívio? (16.6).

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra (19.25).

Trema eu perante uma grande multidão, e o desprezo das famílias me apavore, e eu me cale, e não saia da porta (31.34).

Bem sei eu que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido (42.2).

CONCLUSÃO:
Jó foi um gigante na fé e deixou a sua marca como um homem de caráter irretocável e vida piedosa diante de Deus e dos homens. Jó se destaca como homem de bom caráter, homem prospero, e homem espiritual de profunda comunhão com Deus. É possível que alguém seja rico e prospero, mas ter caráter ilibado, ser íntegro, reto, temente a Deus e desviar-se do mal, se constitui uma raridade, principalmente na época atual. Que possamos não somente admirar as virtudes deste servo de Deus, mas seguir o seu exemplo de fé e perseverança. Amém! 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

UM CAMINHO NA TORMENTA?

O livro de Naum nos informa sobre a destruição de Nínive. Naum foi o profeta comissionado por Deus para anunciar a total destruição de Nínive. Nínive, capital da Assíria, era a maior cidade daquela época. Nínive era capital de um império famoso pela sua crueldade com que tratava os povos conquistados. Naum anuncia a queda iminente do império assírio, que foi subjugado pelos babilônios e medos em 612 a.C. O livro de Naum em seu primeiro capítulo, descreve um Deus irado que toma vingança contra seus inimigos e não tem o culpado por inocente. 
Naum nos fornece cinco informações sobre Deus: 
1- O SENHOR é um Deus zeloso. 
2- O SENHOR toma vingança e é cheio de furor. 
3- O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente. 
4- O SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade ... 
5- O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele (1.2-7). 

DEUS TEM O SEU CAMINHO NA TORMENTA.

O SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés (Na.1.3b).

Na ótica humana é impossível alguém caminhar no meio de uma tormenta ou na tempestade. Isto não é normal, é contraditório, é um contrassenso. Mas para Deus nada é impossível, porque Ele trabalha na contramão da lógica humana. 
Tempestade, borrasca, tormenta são fenômenos da natureza que tem um terrível poder de destruição. 
A nossa vida é como um barco navegando no mar desta vida. Há tempos de bonança, mas há tempos de adversidade, muitas vezes surgem tempestades querendo nos causar medo e sacudir a nossa estrutura. A tempestade quando vem ela não avisa, mas vem de surpresa e nos pega despreparados. No seu normal, ninguém nunca desejaria está no meio de uma tempestade, no topo de uma tormenta. Porém, a nossa vida é cheia de altos e baixos, as vezes estamos em cima e as vezes estamos em baixo. As bênçãos, as benesses e as prosperidades desta vida, são sempre bem vindas. Mas, quando vem as adversidades, quando uma tempestade de problemas nos sobrevêm, muitas vezes entramos em desespero e não sabemos como resolver. Porém, a boa notícia é que, a tempestade não dura para sempre, ela terá o seu fim. Basta você crer e confiar que Deus está no meio desta tempestade, Ele vem caminhando por cima da tormenta, e do meio da tempestade Deus vai falar e fará cessar a tempestade da sua vida. Foi assim com Jó, Deus falou com Jó do meio da tempestade (Jó.38.1), e em seguida virou o seu cativeiro. Quando vier a tempestade, não reclame, mas clame a Jesus, o Rabi da Galileia, e Ele vai se levantar para acalmar os ventos e o mar que estão querendo apavorar a sua vida. O que parece impossível para os homens, é possível para DEUS. Ele tem o seu caminho na tormenta e virá para nos socorrer. Amém!   

sábado, 3 de outubro de 2020

DEZ FATOS CURIOSOS NO LIVRO DE JÓ.

O livro de Jó é de autor desconhecido, alguns estudiosos da Bíblia sugerem ter sido escrito por Moisés. Alguns eruditos situam a data de redação deste livro na época patriarcal, cerca de 1460 a.C., o qual vem a ser o livro mais antigo da Escritura. O livro mostra o Eterno em um conselho celestial (1.6;2.1). Este livro exibe Satanás como acusador e tentador, que age sob o absoluto e preciso controle e soberania de Deus. Diversos eventos narrados no livro coincidem com os costumes da época dos patriarcas, que sugere ter sido Jó contemporâneo de Abraão, Isaque e Jacó. Jó, no hebraico "Iyob", significa odiado, aborrecido ou perseguido. A pessoa de Jó é por excelência símbolo da paciência. Jó perde sua família, sua saúde e suas propriedades. Ao longo de uma série de provas, Jó exalta ao SENHOR e reconhece sua soberania. Jó arrepende-se humildemente, e o SENHOR lhe restaura sua família, saúde e posses. Jó é mencionado pelo profeta Ezequiel (14.14,20) junto com Noé e Daniel como justo e uma pessoa real, e por Tiago (5.11) como célebre por sua paciência.

1- O livro de Jó foi o primeiro a ser escrito, cerca 1460 anos antes de Cristo.

2- O livro de Jó é o único que se repete por quatorze vezes o nome "Satanás".

3- O livro de Jó tem o maior número de perguntas, com cerca de 236 interrogações. 

4- O livro de Jó é composto de prosa e poesia. Uma prosa no prólogo, capítulos 1 e 2; a poesia sapiencial é apresentada nos capítulos 3 ao 42.1-6, e no epílogo uma prosa, 42.7-17.

5- Jó desejou que suas palavras fossem registradas num livro (19.23).

6- Jó foi um contemporâneo de Abraão, mas ele não era hebreu.

7- Jó foi o primeiro a fazer menção da vinda do Redentor (19.25).

8- Jó exercia a função de sacerdote antes da lei de Moisés (1.5).

9- Jó conhecia a Deus de forma superficial, depois da provação ele passou a conhece-lo melhor (42.5).

10- A expressão Todo-Poderoso (El-Shaddai), aparece 31 vezes no livro de Jó (5.17; 6.4,14; 8.3,5; 11.7; 13.3; 15.25; 21.15,20; 22.3,17,23,25,26; 23.16; 24.1; 27.2,10,11,13; 29.5; 31.2,35; 32.8; 33.4; 34.10,12; 35.13; 37.23; 40.2).

SETE COISAS QUE NÃO FORAM REVELADAS NO LIVRO DE JÓ.

1- Quem escreveu o livro de Jó.
2- O nome da mulher de Jó (2.9).
3- O nome dos filhos de Jó (42.13,14).
4- O nome dos pais de Jó (3.3).
5- O nome dos irmãos e irmãs (42.11).
6- Quanto tempo durou a provação de Jó (42.10).
7- Quantos anos exatamente Jó viveu (42.16,17).

CONCLUSÃO: 

O livro de Jó apresenta três visões sobre fé e sofrimento: (1) Visão de Satanás: As pessoas creem em Deus somente quando estão prosperando, e não sofrendo. Isto não é verdade. (2) Visão dos amigos de Jó: O sofrimento é o juízo de Deus pelo pecado. Isto nem sempre é verdade. (3) Visão de Deus: O sofrimento é a maneira que Deus usa para ensinar, disciplinar e refinar a nossa vida. Nos fazendo confiar nele por quem Ele é, e não pelo que Ele faz. 

Por todo o livro, os amigos de Jó lhe pediram que admitisse seu pecado e pedisse perdão, e, no final, Jó realmente se arrependeu. Ironicamente, o arrependimento de Jó não era do tipo que seus amigos lhe julgaram. Ele pediu perdão, não por cometer pecados secretos, mas por questionar a soberania e a justiça de Deus (Jó.42.1-6).