Embora o reino de Israel estivesse "unido" durante os reinados de Davi e Salomão, as tensões entre o norte e o sul nunca foram solucionadas. A inveja e a animosidade por trás dessa guerra civil não começaram com Roboão e Jeroboão, mas tinham suas raízes nos dias dos juízes, quando o povo estava mais interessado em lealdade tribal do que em unidade nacional. Observe a facilidade com que surgia a tensão entre Efraim, a tribo mais proeminente do norte, e Judá, a tribo mais proeminente do sul.
- Efraim reivindicou as promessas de Gênesis 48.17-22; 49.22-26, com relação à sua função de liderança.
- Josué, o líder sucessor de Moisés, que conquistou a terra prometida, era da tribo de Efraim (Nm.13.8).
- Samuel, o maior e mais excelente juiz de Israel, era de Efraim (I Sm.1.1).
- Efraim se aliou com Isbosete em uma revolta contra Davi, que era da tribo de Judá (II Sm.2.8-11).
- Davi, pertencente a tribo de Judá, de um simples pastor de ovelhas, se tornou rei de toda Israel, incluindo Efraim, que não mais pôde reivindicar liderança.
- Durante o reinado de Davi havia rumores e maus sentimentos, mas Davi procurava acalmar e mantinha sua liderança.
- O pesado jugo suportado nos governos de Salomão e Roboão levou as tribos do norte a se revoltarem, chegando ao ponto de ruptura.
Jeroboão que tronou-se rei do reino do norte, era da tribo de Efraim (I Rs.11.26).
Essa tensão se desenvolveu-se porque Efraim era a principal tribo do norte. Eles se ressentiam com o papel de Judá na liderança, desde o reinado de Davi, e pelo fato de que a capital e centro de adoração da nação estivessem em Jerusalém.
Sobre a divisão do reino, em II Crônicas 11.1-4 está relatado: Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, ajuntou da casa de Judá e Benjamim cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra para pelejarem contra Israel e para restituírem o reino a Roboão. Porém a palavra do SENHOR veio a Semaías, homem de Deus, dizendo: Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel, em Judá e Benjamim, dizendo: Assim diz o SENHOR: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos; tornai cada um à sua casa, porque de mim proveio isso. E ouviram as palavras do SENHOR e desistiram de ir contra Jeroboão.
Por que Deus apoiou essa rebelião? Era parte da punição da nação, por ter se afastado dele (I Rs.11.26-40). Pode também ter sido a maneira que Deus adotou para salvar o reino menor de Roboão da derrota. Ao fazer isso, Ele preservou a linhagem de Davi e manteve intacto seu plano para que o Messias fosse descendente de Davi (II Sm.7.16,17). Nem toda divisão tem aprovação de Deus. Mas, quando vemos divisões, especialmente em uma igreja ou ministérios, perguntamos a nós mesmos o que Deus deseja que façamos. Na verdade Ele deseja unidade, mas, embora devamos sempre procurar a reconciliação, devemos reconhecer que apenas Deus conhece o futuro. Ele pode até mesmo permitir uma divisão para que seus planos mais abrangentes se cumpram. Temos dois exemplos clássicos: A separação entre Abraão e Ló (Gn.13.7-18). A separação entre Paulo e Barnabé (At.15.36-40). Deus tem seus planos e propósitos e muitas vezes nós não entendemos.
Enfim, entendemos que, aquele a quem Deus estabelece como líder do seu povo, vai sempre prevalecer e nada nem ninguém conseguirá derrubar a sua liderança. Amém!
* Este estudo é uma adaptação extraído da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal - Pg.711.