Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? (Is.53.1).
Isaías é conhecido como o profeta Messianico, porque foi o que mais profetizou sobre o advento do Messias. Isaías profetizou cerca de 700 anos antes de Cristo, ele profetizou sobre o nascimento, ministério, sofrimento, morte e ascensão de Jesus Cristo. O ministério profético de Isaías durou mais de cinquenta anos, ele profetizou durante os reinados dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá (Is.1.1). Segundo a tradição, Isaías morreu serrado ao meio por ordem do malvado e idólatra rei Manassés, filho de Ezequias. No capítulo 53 Isaías faz uma síntese das sua mensagens e pergunta: Quem creu em nossa mensagem? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?
Isaías tem uma revelação profética acerca do Messias e ele o descreve como um homem sem beleza aparente, desprezado, indigno, homem sofredor, experimentado nos trabalhos, e sem estima. Interessante é que, Isaías fala como se tudo já houvesse acontecido e ele próprio tivesse vivido na época do Cristo, e visto todo o seu sofrimento, morte e triunfo.
A DESCRIÇÃO DO SERVO SOFREDOR.
O profeta descreve o Messias-Servo, Jesus Cristo e profetiza que através do sofrimento dEle, muitos seriam perdoados, justificados, redimidos e curados. Seu sofrimento também o levará à sua exaltação e glória.
- SUBINDO COMO "RENOVO".
Porque foi subindo como renovo perante ele... (53.2).
Este "Renovo" é profetizado pelo próprio Isaías, quando diz: Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará (11.1).
A palavra hebraica para "renovo" é "netzer" da qual se deriva o termo "Nazaré". Jesus era chamado de Nazareno (Mt.2.23), que pode significar "homem de Nazaré" ou "homem do Renovo". Jesus é apresentado como o "Homem chamado Renovo", aquele que viria trazer esperança e salvação para os povos.
- COMO RAIZ DE UMA TERRA SECA.
Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca... (53.2)
Isto nos fala da sua natureza humana, de sua humildade. Jesus veio à terra desprovido de grandeza e glória humana, para alcançar um povo que vivia em trevas, num período de grande aridez espiritual.
- NÃO TINHA BELEZA NEM FORMOSURA.
... não tinha beleza nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos (53.2).
O Messias não veio para apresentar grandeza terrestre, nem beleza física. Mas o seu caráter irretocável causava grande impacto na vida das pessoas que lhe viam e o ouviam.
- DESPREZADO E INDIGNO.
Era desprezado e o mais indigno entre os homens... (53.3).
O Messias foi desprezado e rejeitado pelos seus próprios patrícios, ou pelos da sua própria nação. Para os judeus Jesus era uma contradição em relação ao que as profecias vaticinavam a respeito do Messias. Eles aguardavam um líder estrategista, um guerreiro militar para os libertar do jugo romano. Porém Jesus veio humilde, trazendo uma mensagem de paz, amor, salvação e esperança.
- HOMEM DE DORES E EXPERIMENTADO NOS TRABALHOS.
... homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum (53.3).
A missão de Jesus envolveria muitas dores, sofrimentos, desagrado e pesares. Jesus não agradou a todos, mas Ele foi como uma pedra no sapato de muitos lideres religiosos da sua época.
- O ESTADO DA HUMANIDADE DIANTE DE DEUS.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (Is 53.6).
Este é o retrato da rebelião e da incredulidade. Um povo vivendo da sua própria maneira seguindo os seus próprios caminhos.
- O SOFRIMENTO DO SERVO.
Como pasmaram muitos à vista dele, pois a sua aparência estava tão desfigurada, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura, mais do que a dos outros filhos dos homens (52.14).
Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca (53.7).
Estes versículos descreve os maus tratos sofridos por Jesus, tanto dos judeus como dos soldados romanos, quando lhe castigaram e lhe afligiram até a morte. O sofrimento do servo foi tão grande que o deixou deformado, a ponto dos que olhavam para ele ficarem pasmados.
- O RESULTADO DO SEU SOFRIMENTO.
Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.
O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si (53.4-6,11).
- A MORTE DO SERVO.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios e como o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao SENHOR agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão (53.8-10).
- O TRIUNFO E EXALTAÇÃO DO MESSIAS-SERVO.
Eis que o meu servo operará com prudência; será engrandecido, e elevado, e mui sublime (52.13).
Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu (53.12).
Deus exaltou o Cristo e promete lhe retribuir por sua morte expiatória. Cristo por sua vez, promete que repartirá o seu despojo da guerra espiritual, com os poderosos, estes são aqueles que o seguirem na batalha contra Satanás e o pecado, em busca das almas, mediante o poder do Espírito.
Ele intercedeu na cruz pelos transgressores, e intercede agora junto ao Pai por sua igreja (Hb.7.25). Amém!
A PERGUNTA DO PROFETA CONTINUA ECOANDO EM PLENO SÉCULO XXI.
Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? (Is.53.1).
Muitos não dão crédito a Palavra de Deus e preferem ignorar a morte expiatória de Cristo na cruz para salvar a humanidade.