Então Lameque vangloriou-se diante de suas mulheres: Ada e Zilá, ouvi-me! Vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a declarar-vos: Matei um homem por causa de ferimentos que me causara; e uma criança porque me ofendeu. Ora, se Caim é vingado sete vezes, Lameque pode ser, setenta vezes sete! (Gn.4.23,24).
Lameque foi o sétimo descendente de Adão, na linhagem de Caim foi o autoritário, egocêntrico, arrogante e perverso. Não confundir Lameque caimita, com o Lameque seteíta, homem de Deus, de bom caráter, o pai de Noé (Gn.5.28,29).
Lameque significa: Desesperado, sem esperança.
Enquanto o Lameque caimita foi mau, violento e sem amor; o Lameque seteíta foi bom, moderado e cheio de amor. O que prova que os nomes das pessoas podem ser iguais mas as personalidades completamente diferentes. Não são os nomes que determinam o caráter, mas as pessoas é que dão sentido aos seus nomes.
Lameque caimita foi o primeiro bígamo, ele entendeu que poderia dar cumprimento aos propósitos expansionistas da raça humana, e do seu povo em particular, à sua maneira, multiplicando esposas. Entretanto, a monogamia foi desde Adão e Eva a única intenção divina para o desenvolvimento saudável e familiar dos seres humanos.
Os descendentes de Caim, a partir de Lameque foram notáveis no desenvolvimento da cultura secular. Os filhos de Lameque, Jabal foi criador de rebanhos e pai dos que vivem em tendas (4.20). Jubal foi músico, pai de todos que tocam harpa e flauta (4.21). Tubalcaim foi "artífice metalúrgico" de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro (4.22). A raça humana dava vazão à sua ambiguidade moral e ética (o bem e o mal em plena ação); as mesmas mãos artísticas e dedicadas, que se empenhavam na fabricação de ferramentas agrícolas para exploração da terra, eram as mesmas que se esmeravam para produzir armas resistentes, afiadas e mortíferas para promoverem guerras.
LAMEQUE JULGA O SEU PECADO MENOR DO QUE O DE CAIM.
Lameque pensava que estava com tudo, chegando ao ponto de zombar de Deus, quando declarou: "Ora, se Caim é vingado sete vezes, Lameque pode ser, setenta vezes sete!" (4.24). Esta ousada declaração de Lameque foi mau intencionada, querendo desfazer da palavra de Deus dita a Caim. Deus disse a Caim: Portanto, qualquer que matar a Caim sete vezes será castigado (4.15). Deus limitou o castigo ou a vingança em sete vezes, para amenizar a maldade sobre a terra. No entanto, Lameque se julgava mais justo em suas atitudes do que Caim. Lameque julgava que a violência é sempre justa, quando disse: "Eu matei um homem por me ferir, e uma criança por me ofender"; pois a reação natural do ser humano quando ferido ou mal tratado é retribuir em dobro ao seu agressor. Lameque se julgava digno de executar do seu jeito sua retaliação, ele determinou muito além do número pleno estabelecido por Deus no caso de vingança contra Caim. Lameque se julga e justifica a si mesmo quando diz: "Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete (4.24). Muitos séculos passados, o próprio Deus, por meio de Jesus Cristo, mostra que o tamanho do perdão em retribuição ao ofensor é setenta vezes sete (Mt.18.21,22), esta é a medida perfeita e infindável do perdão. Diante das palavras de Jesus, cai por terra a declaração de Lameque e prevalece a graça de Deus, que diz: "Minha é a vingança" (Dt.32.35; Rm.12.19; Hb.10.30). Amém!