E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! (João, 19.30).
"TETELESTAI", é uma expressão conhecida no Grego Koinê (popular), que quer dizer: "Está consumado". Jesus fez uso de uma expressão que era comum em sua época.
Durante o primeiro século, era prática comum pregar o documento de
acusação de um preso na porta da sua cela. Os crimes de que era acusado e
o castigo que lhe tinha sido imposto, estavam descritos nesse
documento. Depois de o preso ter cumprido a sentença, o documento era cancelado e escrevia-se a palavra tetelestai (cumprida a pena na totalidade). O referido documento era-lhe então entregue, e
ninguém podia jamais acusá-lo dos mesmos crimes. Por ter cumprido toda a
sentença, tinha pagado na totalidade o preço das suas ofensas. A palavra tetelestai era também
utilizada com relação a campanhas militares bem-sucedidas contra o
inimigo. Quando um general regressava do campo de batalha e fazia
marchar os seus prisioneiros de guerra pelas ruas de Roma, costumava
proclamar a sua vitória gritando: tetelestai… tetelestai… Com este grito
de vitória, fazia afirmação clara que o inimigo havia sido vencido e
que o seu poderio havia sido quebrado. Missão cumprida.
A DÍVIDA FOI PAGA.
"TETELESTAI" é uma expressão grega que é traduzida como "está consumado" (Jo.19.30). Foi a última palavra falada por Jesus antes da sua morte.
TETELESTAI, significa dizer "totalmente pago" ou "dívida cancelada".
Jesus escolheu uma palavra apropriada, cheia de significados, para comprovar a eficácia e o valor do seu sacrifício por nós. Quando pagamos uma conta ou quitamos uma dívida, é comum o recebedor carimbar um comprovante com a palavra PAGO. No sacrifício de Jesus na cruz, toda a nossa dívida de pecados foi paga.
No mundo romano na época de Jesus, quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro conhecido como "cédula de dívida" ou "escrito de dívida". Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável pela soltura do condenado, riscava a cédula, especialmente na parte onde os crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI.
O indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora, poderia desfrutar da paz e da liberdade.
O apóstolo Paulo se apropria desta figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora de Cristo, pois como pecadores que somos, contra nós também havia uma “cédula de dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida.
Havendo riscado o escrito de dívida, que era contra nós nas suas ordenanças, o qual de alguma maneira nos era contrário, e o tirou do meio de nós, cravando-o na cruz (Col.2.14).
Esta cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia, nos humilha, pois não há como contradizê-la, não há como negá-la. Nela se registram todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade que praticamos. Ela apontava para nossa condenação. Entretanto, o apóstolo Paulo declara que Cristo “riscou o escrito de dívida, tirando-o do meio de nós, cravando-o na cruz”. Ou seja, Jesus Cristo com sua morte vicária (substitutiva), pagou a dívida que tínhamos para com Deus. Na cruz do Calvário, Cristo declarou “Está consumado!” TETELESTA! Sendo, inclusive, sua última palavra na cruz.
O CONDENADO FOI ABSORVIDO.
TETELESTAI, também significa dizer que o condenado foi absorvido. Nós estávamos sentados no banco de réu, totalmente condenado, um caso perdido, sem ninguém para nos defender. Mas veio o nosso advogado JESUS CRISTO, tomou as nossas culpas, nos justificou e declarou: Está consumado!
Totalmente pago! Esta é a nossa verdadeira situação em Cristo
no que consiste a satisfação da justiça Divina. Não importa o que
tenhamos feito. Não importa a extensão e a gravidade do nosso pecado, em
Cristo Jesus nós fomos absorvidos, “nenhuma condenação há” (Rm. 8.1). Portanto, quando
as lembranças ruins de um passado distante ou recente surgirem e nos
sentirmos culpados e ameaçados em nossa paz, basta nos lembrarmos do que
Cristo fez por nós. Basta nos lembrarmos da sua última palavra
proferida a nosso respeito: TETELESTAI! Todos os nossos pecados foram
perdoados pelo precioso sangue do Senhor Jesus Cristo. Sangue este que
riscou a cédula que nos era contrária, nos livrando da condenação de uma
vez por todas. Aleluia!
CRISTO TRIUNFOU SOBRE SATANÁS E SUAS HOSTES.
E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo (Col.2.15).
Por isso, é que foi declarado: “Quando Ele subia
em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros e distribuiu
dons aos homens”. O que significa “Ele subiu”, senão que também desceu às partes mais baixas da Terra? Aquele que desceu é o mesmo que subiu muito além de todos os céus, para preencher tudo o que existe (Efésios, 4.8-10).
O apóstolo nos fala sobre o triunfo de Cristo quando diz: “Tendo despojado os principados e as potestades,
os expôs publicamente ao desprezo, e deles triunfou na cruz.” Se no
versículo 14, Paulo utiliza uma cena jurídica, neste ele usa uma realidade militar bastante conhecida na época, pois
quando duas nações entravam em guerra, era comum o exército vencedor
trazer ao seu território o exército vencido e, numa cerimônia pública,
os soldados derrotados tinham suas roupas e demais pertences retirados
até ficarem completamente nus. Este despojamento tinha o objetivo de
humilhar o inimigo derrotado, demonstrando que estava totalmente
subjugado. É exatamente isto que Paulo está ensinando aos crentes de
Colossos! Cristo derrotou e humilhou o diabo, despojando-o de toda e
qualquer autoridade que tinha para nos acusar e nos prejudicar.
Cristo fez de Satanás e suas hostes o “estrado de seus pés” (Ef. 1:20-23). Não
precisamos temer o diabo. Ele está derrotado, despojado e humilhado para sempre
pelo Senhor Jesus Cristo. TETELESTAI! Cristo Triunfou. Aleluia!
FOI ABERTA A PORTA DA COMUNICAÇÃO COM DEUS.
E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras (Mateus, 27.50,51).
Na antiga Aliança, o acesso a comunicação com Deus era restrita para o sumo-sacerdote, que entrava no lugar santíssimo para falar com Deus e oferecer sacrifícios por ele e pelo por toda a nação. O sacerdote era o mediador entre Deus e o povo, ele ouvia de Deus e falava para o povo.
Quando Jesus deu o brado, está consumado! (TETELESTAI), o véu do santuário, que separava o lugar santo do santíssimo foi rasgado de alto a baixo, significando dizer que o acesso direto a Deus estava sendo liberado para todos.
Baseado nisto o escritor aos hebreus nos diz:
Sendo assim, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos mediante o sangue de Jesus, por um novo e vivo Caminho que Ele nos descortinou por intermédio do véu, isto é, do seu próprio corpo; e tendo um magnífico sacerdote sobre a Casa de Deus. Portanto,
acheguemo-nos a Deus com um coração sincero e com absoluta certeza de
fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência
culpada, e os nossos corpos lavados com água pura (Hebreus, 10.19-22).
Portanto, TETELESTAI acaba com todos os sacrifícios que existia na lei, e um único sacrifício realizado por Cristo na cruz resolveu para sempre a nossa situação diante de Deus e nos abriu o caminho da nossa comunhão com Deus.
A NOSSA SALVAÇÃO ESTÁ GARANTIDA.
E, sendo Ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem (Hebreus, 5.9).
Quando Jesus clamou: Está consumado! Ele estava garantindo a nossa salvação. TETELESTAI significa dizer que a nossa salvação foi realizada, fomos redimidos por Cristo, os nossos pecados foram perdoados e tomamos posse da vida eterna com Deus.
Finalmente, TETELESTAI é o brado da nossa vitória. Todos os nossos pecados foram perdoados. Que coisa boa. Todas as nossas dívidas e
maldições foram levadas à cruz e ali aniquiladas (Isaías 53). Que
maravilha. Estamos livres! Livres para viver a plenitude da vida de
Cristo. A Ele, somente a Ele, seja o louvor, a honra, a glória e o
poder para sempre. Amém!
CONCLUSÃO:
A História registra muitas frases célebres, mas nenhuma é tão poderosa quanto a de Jesus Cristo, no Calvário.
Duque de Caxias, na batalha de Itororó: “SIGAM-ME OS QUE FOREM BRASILEIROS!”
Júlio César, no ano 49 d.C, ás margens do rio Rubicão: “A SORTE ESTÁ LANÇADA!”
D. Pedro I, em 1822, ás margens do rio Ipiranga: “INDEPENDÊNCIA OU MORTE!”
Jesus Cristo, na cruz do Calvário: "ESTÁ CONSUMADO!"