No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça; escreveu logo o sonho e relatou a suma das coisa. Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu combatiam no mar grande. E quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar (Dn.7.1-3).
O capitulo sete é uma ampliação do capítulo dois. Tanto o capítulo dois como o sete descrevem os reinos e as implicações e complicações religiosas, até o estabelecimento do reino de Deus.
Daniel recebeu este sonho profético quando Belsazar era o rei co-regente de Babilônia, quando nessa ocasião o pai dele, Nabonido, estava em Temã se recuperando de problemas com a saúde. A visão aconteceu no primeiro ano de Belsazar (Daniel 7:1). Sobre a visão de Daniel dos quatro animais que representam os quatro impérios mundiais, iremos entrar em detalhes sobre cada um deles.
IMPÉRIO BABILÔNICO.
O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem (Dn.7.4).
Vamos ver o que significa ou representa esse leão.
O leão é considerado o rei dos animais e a águia, a rainha das aves. Este animal é um leão que tem asas de águia, aparece com duas asas.
É sabido de todos que o nosso mundo foi dominado por quatro poderosos reinos.
O primeiro reino é representado por Babilônia. As asas que vemos neste animal representam rapidez nas conquistas, No reinado de Nabucodonosor a Babilônia rapidamente conquistou o mundo e seu reinado se estendeu do ano 606 ao ano 539aC.
O profeta Daniel diz que as asas foram arrancadas, isso quer dizer que Nabucodonosor perderia sua força.
O capítulo 4 de Daniel descreve que por causa de seu orgulho este rei por 7 anos estaria afastado do poderio de Babilônia, tomado por uma doença mental conhecida como licontropia, viveu ele como um animal durante 7 anos comendo inclusive pastagens com os animais. Seu pelos e unhas cresceram.
As asas seriam arrancadas isso quer dizer que o poder de Babilônia iria cair. Viriam outros líderes e enfraqueceria até que perdesse totalmente o seu poder.
Antes de analisarmos o primeiro animal e o que ele significa, vamos deixar que a própria Bíblia interprete os seus símbolos. Mar, água é igual a povos, multidões e nações (Apocalipse 17:15). Já ventos são símbolos de agitação política sobre a terra (Jeremias 4:12-13). Animais, em profecia, são símbolos de reis e reinos (Daniel 7:17). Asas representam agilidade, destreza, rapidez, força (Jeremias 48:40).Depois desse esclarecimento bíblico podemos com toda a certeza entender perfeitamente a profecia de Daniel, capítulo sete. É importante também lembrar que quando lemos ou falamos “animal” ou “besta”, em profecia, estamos falando de um governo, reino, um poder.
O primeiro animal era semelhante a um leão, com asas de águia; foi posto em pé e tinha um coração de homem. Sem dúvida nenhuma, o leão representa Babilônia, a potência que dominava o mundo daquela época.
O leão como rei das feras e a águia como a rainha das aves, representavam adequadamente o império Babilônico em seu apogeu e sua glória. O leão se destaca por sua força, entretanto a águia é famosa por seu vigor e no alcance dos seus vôos.
Este leão alado representava o período Neo-Babilônico, que sob Nabucodonosor, se tornou o maior e o mais forte império até aquela época. Daniel estava descrevendo de forma figurativa o que ele estava vendo. Em outras palavras, Daniel estava falando da força das conquistas de Nabucodonosor e a agilidade de suas ações. O leão alado representava força e agilidade. O poder de Nabucodonosor não foi somente sentido em Babilônia, mas desde o Mediterrâneo até o Golfo Pérsico, e desde a Ásia Menor até o Egito.
O profeta Habacuque comparou os Caldeus como águias. Note a descrição: “Suscito os caldeus, nação feroz e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra… Os seus cavaleiros espalham-se por toda a parte; os seus cavaleiros vêm de longe. Voam como águia que se apressa em devorar” (Habacuque 1:6 e 8).
Até agora analisamos o que Daniel estava vendo, mas a partir deste momento começaremos a estudar o que iria acontecer. Trata-se de uma profecia. Ela dizia que as asas seriam arrancadas (Daniel 7:4). Isto significava o contrário do que dissemos até este momento. Se as asas significavam agilidade de movimentos, perder essas asas queria dizer que os sucessores de Nabucodonosor ficariam sem o prestígio e o poder mundial.
A profecia diz ainda que o leão ficaria em pé (Daniel 7:4). Este é mais um símbolo profético. “Um leão, erguido sobre dois pés como homem, indica que ele perdeu suas qualidades distintivas de um leão”. Foi a decadência do império, com os sucessores de Nabucodonosor mais interessados em desfrutar das conquistas passadas do que fortalecer o reino.
O capítulo 5 do livro de Daniel relata que Belsazar fez um grande banquete e convidou todos os grandes do seu reino. Este banquete regado com muito vinho e concubinas, deixou o rei muito eufórico, até que ele já embriagado, mandou que trouxessem as taças sagradas de ouro que o seu para tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. Por esta atitude profana, quando ele profanou o que era sagrado o fim do seu reinado foi iminente. A sua sentença apareceu na parede estucada do seu palácio, uma mão misteriosa escreveu uma escritura que ninguém conseguia decifra-la exceto Daniel. Daniel leu e interpretou a escritura que dizia: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM.
MENE - Contou Deus o teu reino e o acabou.
TEQUEL - Pesado foste na balança e foste achado em falta.
PARSIM - Divido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas.
Diz o texto sagrado, que naquela mesma noite, os exércitos do rei Dario, o medo, invadiu a Babilônia, matou Belsazar rei dos caldeus e conquistou todo império da Babilônia.
IMPÉRIO MEDO-PERSA.
Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne (Dn.7.5).
O urso representa o segundo império mundial, o Império Medo Persa. Ouve uma união entre a média e a Persa, e assim eles conquistaram o mundo tirando o poder de Babilônia.
Seu domínio se deu do ano 539 a 331 aC.
Quando diz que um dos seus lados se levantou primeiro quer dizer que a Pérsia se destacou primeiramente e depois eles se uniram criaram mais força e dominaram o mundo.
O que Deus queria transmitir ao profeta, quando fez esse tipo de revelação? Primeiramente, vamos conhecer um pouco da vida e hábitos de um urso. A Bíblia diz que é um animal astuto (Lamentações 3:10); o urso defende furiosamente suas crias (II Samuel 17:8); tem muita força em suas patas (I Samuel 17:37).
“Os ursos são classificados como carnívoros; mas na verdade eles se alimentam de outras coisas, incluindo plantas das mais variadas espécies, peixes e pequenos animais. Também comem formigas, abelhas e suas colmeias. Os ursos normalmente evitam o homem, mas no inverno e começo da primavera, após saírem da hibernação parcial, os ursos estão muito famintos e podem atacar rebanhos. Já as ursas só tem filhotes uma vez por ano, dando até quatro crias de cada vez… Um único golpe da pata de um urso pode esmagar a cabeça de um homem ou animal.” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 6, p. 697).
Um outro fato que temos que lembrar é que, em profecias, a própria Bíblia diz que animal significa “reis e reinos”. Portanto, após a fase caracterizada pelo leão, surgiria um reino ou rei cujas ações seriam semelhantes as de um urso. E foi exatamente isto que aconteceu após o período babilônico. Astiages, rei dos Medos, teve uma filha que recebeu o nome de Mandana, e os oráculos diziam que ela seria forte, poderosa e destruiria o próprio pai. Astiages, com medo das profecias a respeito da filha, enviou-a para a Pérsia. Lá ela se casou com Cambises e desse casamento nasceu Ciro.
Calcula-se que Ciro nasceu perto do ano 600 antes de Cristo. Foi o fundador do império Persa e conquistador de Babilônia. Governou-a de 539 AC até morrer no ano 530. (Arqueologia Bíblica, p. 282). Ao se tornar rei da Pérsia propôs a Astiages, rei dos Medos – que era seu avô – uma união para criar um grande exército. Astiages, lembrando das profecias sobre Mandana, mãe de Ciro, não aceitou a aliança. Ciro enviou os seus embaixadores mais importantes para convencer o avô das vantagens dessa aliança. Astiages prendeu os embaixadores e lhes cortou a língua, dizendo: “Voltem e digam a Ciro qual é a minha resposta”.
Ciro, então, conquistou os Medos, mas não destruiu o avô. Dessa forma os dois povos foram unidos a força. Os Persas eram mais fortes.
E, foi na noite de 13 de outubro de 539 AC que a cidade de Babilônia caiu diante do exército dos Medos e Persas, liderados por Ciro (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 1, p. 752). Após a queda de Babilônia Ciro colocou Astiages como um dos líderes da cidade.
A profecia mencionava que o urso estaria com um lado levantado; andaria com um lado do corpo mais alto do que o outro. Isto quer dizer que a sociedade proposta por Ciro ao seu avô não funcionou de forma perfeita. Astiages aceitou a união porque não lhe restava outra alternativa. Os Medos e Persas não viviam uma sociedade equilibrada. Um lado era mais forte que o outro.
A profecia também afirmava que o urso tinha na boca três costelas. Interessante que as três conquistas mais importantes dos Medos e Persas foram a Lídia, em 546 AC, Babilônia, em 539 e o Egito, em 525 AC. A profecia se cumpriu plenamente.
IMPÉRIO GREGO.
Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio (Dn.7.6).
Um leopardo com quatro cabeças e quatro asas.
Se o leão tinha duas asas representando a rapidez de suas conquistas o que não dizer do terceiro império. A rapidez de conquista do leopardo seria muito maior.
O terceiro império representa a Grécia, A Grécia teve o seu poder estendido do ano 31 ao ano 168 aC.
As quatro asas a rapidez das conquistas e as quatro cabeças, representam os quatro generais de Alexandre o Grande. Alexandre era o imperador, o grande estrategista militar, e ele possuía quatro grandes generais, pessoalmente envolvidos em seu governo, e por isso o leopardo tem quatro cabeças, representando os quatro generais gregos.
O nome desses generais são: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.
Perceba que este terceiro poder – terceiro reino – teria características de leopardo, porém com algumas anormalidades como asas nas costas e quatro cabeças.
“O leopardo é um grande felino, com manchas arredondadas pelo corpo e pertence a família do leão. É carnívoro e faz presa a qualquer animal que possa, incluindo antílopes, veados e animais menores, inclusive aves, mas a sua predileção é por cães. O leopardo é bem conhecido por causa de sua agilidade e velocidade”.
Essa profecia foi proferida aproximadamente no ano de 555 antes de Cristo. Deus estava dando uma visão a Daniel do futuro político, histórico e religioso do mundo. Nessa visão os grandes reinos foram apresentados de uma forma simbólica.
Os Medos e Persas – o urso da profecia – dominaram o mundo de 539 a 331 antes de Cristo. A História mostra que depois deles veio a Grécia, veio Alexandre, o Grande. Alexandre nasceu em 356 antes de Cristo e era filho de Filipe II. Em 336 AC herdou o trono da Macedônia. A sua primeira tarefa foi acalmar e reorganizar o seu próprio império. Depois que a ordem foi estabelecida na sua própria terra teve como alvo conquistar o império Persa, ambição que havia herdado do pai.
Com 35 mil homens invadiu o território Persa. Um ano depois conquistou a cidade de Tiro, depois a Palestina e o Egito. No ano 331 fundou a cidade de Alexandria, no Egito. Ali se declarou sucessor de Faraó e sua tropa o aclamou como Deus. Já em 323 AC estabeleceu a sua capital em Babilônia, cidade que ainda mantinha muito da beleza e glória dos tempos de Nabucodonosor. (S.D.A.B.C, vol. 5, p. 848).
O que chama a atenção de todos os que estudam a História universal é a idade de Alexandre. Com pouco mais de 20 anos estava conquistando o mundo. Impressiona também a influência que recebeu do pai. E aqui, amigo ouvinte, temos uma importante lição: a influência positiva ou negativa dos pais. A maneira como os pais envolvem seus filhos em outras atividades além dos estudos é fundamental para o crescimento intelectual, físico e moral das crianças. É muito triste quando vemos pais nada preocupados com o preparo dos filhos para a vida. E, estes, menos ainda.
Alexandre com 25 anos já dominava o mundo. Era o leopardo com quatro asas nas costas. Não há símbolo melhor para descrever o jovem Alexandre e suas conquistas. Era ágil e cheio de energia. E é assim que precisamos ser. É assim que o mundo precisa de homens e mulheres. Findou-se o tempo de homens e mulheres estáticos, parados, sem iniciativa. A profecia diz que o leopardo tinha quatro cabeças. O que este símbolo quer dizer? Os estudiosos da Bíblia acreditam que as quatro cabeças tem mais a ver com o que aconteceu depois da morte do jovem conquistador.
No ano 323 AC, após estabelecer Babilônia como sua capital, Alexandre se excedeu na bebida e caiu enfermo e morreu de “febre dos pântanos”, que se crê que era o nome usado naquela época para descrever a malária (S.D.A.B.C., vol. 5, p. 848). Ele estava com 33 anos e preparava uma expedição à Arábia. Morreu no dia 18 de junho de 323 AC.
Como a morte do líder foi repentina, não deu tempo de ser preparado um sucessor. Seus quatro principais generais disputavam o trono. Não houve consenso entre eles. Guerrearam entre si e na famosa batalha de Ipsos, em 301 AC, o grande império Grego acabou sendo dividido em quatro partes – as quatro cabeças do leopardo. “Formaram-se então quatro reinos: o da Macedônia e Grécia com Cassandro, que triunfara sobre seus rivais; o da Síria com Seleuco; o do Egito, com Ptolomeu; e o da Trácia e parte da Ásia Menor com Lisímaco.” (História Universal, Rocha Pombo, p. 68). Portanto, após o ano 301 AC o grande império formado por Alexandre foi dividido em quatro partes e permaneceu dessa forma até ser conquistado por Roma, no ano 168 AC.
IMPÉRIO ROMANO.
Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres (Dn.7.7).
Ele aparece com dez chifres, que representam, poder, reino e domínio.
Este reino teria a maior concentração de poder mundial, por isso ele tem dez chifres. Esse quarto animal identificado na visão de Daniel, como animal "terrível e espantoso", representa o quarto império mundial, Roma, e Roma foi o império de maior poderio territorial e também o que maior número de anos no poder.
Depois da Grécia, o império que mandou no mundo foi o romano. Os historiadores são unânimes em afirmar que essa transição foi muito lenta e é muito difícil encontrarmos uma data exata para queda dos gregos e a ascensão dos romanos.
“No ano 197 AC Roma derrotou a Macedônia e colocou os estados gregos sob sua proteção. Alguns anos mais tarde, em 190, derrotou o Antíoco III e tomou o território Selêucida. No ano 168 AC, na batalha de Pidna, Roma acabou com a monarquia da Macedônia, dividindo-a em quatro confederações.
Já no ano 146 AC Roma anexou a Macedônia como província e colocou a maior parte das cidades gregas sob o governador da Macedônia.” (S.D.A.B.C., vol 5, p. 852).
Este seria um pequeno resumo de como caíram os gregos e como os romanos passaram a dominar o mundo. Não há uma data específica. Foi uma sucessão de eventos e vitórias. Por isso, a data mais aceita como o início da soberania romana é 168 AC.
Foi em 22 de junho de 168 AC, ao meio-dia, que aconteceu a batalha mais importante contra os macedônios (História Universal de G. AncKem, vol. IV, p. 858). Daniel, quando viu o quarto animal, não pode compará-lo com algo conhecido. Descreveu-o como sendo terrível e espantoso. Além disso, ficou muito curioso para saber o que representava (Daniel 7:19).
E é assim que a Bíblia descreve o quarto reino. Forte e destruidor. Vamos ler Daniel 7:23? “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e pisará aos pés, e a fará em pedaços”.
Os historiadores contam que “Roma começou a se destacar de uma maneira muito rápida, até conquistar toda a península Itálica, parte da Europa, África e toda a Ásia civilizada, pondo fim aos restos do Império de Alexandre” (El Desenlace del drama Mundial, p. 154).
VAMOS ANALISAR AS CARACTERÍSTICAS DO IMPÉRIO ROMANO:
Primeira.
“Terrível, espantoso e muito forte”. A potencialidade, a força militar, política e econômica de Roma não havia sido manifestada por nenhum outro povo. O caráter terrível e espantoso revela-se nas conquistas. “A península itálica, Cartago, Macedônia, Síria, África, Espanha, Egito, Ásia Menor, Palestina, foram caindo uma após a outra para formar a imensa órbita política de Roma” (El Desenlace del drama Mundial, p. 154).
Segunda.
“O qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços”. Na visão profética, o quarto animal – ou quarto reino – agiria de forma violenta e terrível para com aqueles que eram conquistados. “Roma fazia guerra não para conquistar e nem por necessidade de expansão, mas por idiossincrasia e prazer. O templo de Jano em Roma, devia ficar aberto durante todo tempo que houvesse guerra e ele esteve aberto permanentemente durante cinco séculos, salvo uma só vez e por poucos anos” (El Desenlace del drama Mundial, p. 155). Quando uma guerra era iniciada, os romanos saqueavam todo o país atacado. Os homens, mulheres e crianças eram vendidos como escravos e muitas vezes eram vítimas de castigos desumanos. Estabeleciam pesados tributos aos cativos. Os imperadores romanos eram implacáveis com seus inimigos.
Terceira.
“Pisava aos pés o que sobejava”. Essa figura de linguagem mostra uma fera que, após dominar sua vítima e já ter se alimentado da mesma, pisa em cima do que sobrou, de forma sádica.
Quarta.
“E tinha dez chifres” – Todos os que visitam Roma podem ver as ruínas do que foi esse grande império. Ninguém foi tão poderoso quanto eles. Os historiadores dizem que o sol não se punha no império romano. Ele abarcava desde a África, ao sul, até a Inglaterra, ao norte e desde a Pérsia ao leste e a Espanha ao oeste. Porém, não durou para sempre. Foi dividido em dez partes de onde surgiram as principais nações da Europa de hoje. Em 476 de nossa era se consumou a queda e a soberania romana.
O GOVERNO MUNDIAL DO ANTICRISTO.
Estando eu considerando os chifres, eis que entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos chifres primeiros foram arrancados; e eis que nesse chifre havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente (Dn.7.8).
Na visão de Daniel, no meio dos dez chifres surgiu um chifre pequeno, que subjugará três reis e na sequência os outros sete entregará o poder ao chifre pequeno. Este chifre pequeno, segundo as profecias, representa um homem super inteligente, o 666 que há de vir, o anticristo (Ap.13.1; 17.12).
O chifre pequeno que se destaca entre os dez, aparece com olhos humano e uma boca que falava com arrogância. Paulo na sua segunda carta aos tessalonicenses, faz referência a este personagem e o chama de homem do pecado, o filho da perdição: "Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade" (II Ts.2.3-12).
Sem querer entrar em detalhes escatológico sobre este personagem, a verdade é que ele atrairá a atenção dos povos para si e terá um governo mundial, quando firmará um pacto de sete anos e na metade será quebrado o pacto e ele revelará a sua verdadeira identidade. Nesse tempo os reis que entregaram o poder a este governante mundial, se rebelarão e irão fazer guerra contra ele, que dará comprimento a profecia de Apocalipse 16.16, onde ocorrerá a batalha do Armagedom.
Conforme a profecia de Apocalipse capítulo 19, Jesus, o Rei das nações, virá e destruirá o anticristo e o falso profeta. E todos os reinos da terra será governado pelo Senhor Jesus Cristo. Amém!
O capitulo sete é uma ampliação do capítulo dois. Tanto o capítulo dois como o sete descrevem os reinos e as implicações e complicações religiosas, até o estabelecimento do reino de Deus.
Daniel recebeu este sonho profético quando Belsazar era o rei co-regente de Babilônia, quando nessa ocasião o pai dele, Nabonido, estava em Temã se recuperando de problemas com a saúde. A visão aconteceu no primeiro ano de Belsazar (Daniel 7:1). Sobre a visão de Daniel dos quatro animais que representam os quatro impérios mundiais, iremos entrar em detalhes sobre cada um deles.
IMPÉRIO BABILÔNICO.
O primeiro era como leão e tinha asas de águia; eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra e posto em pé como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem (Dn.7.4).
Vamos ver o que significa ou representa esse leão.
O leão é considerado o rei dos animais e a águia, a rainha das aves. Este animal é um leão que tem asas de águia, aparece com duas asas.
É sabido de todos que o nosso mundo foi dominado por quatro poderosos reinos.
O primeiro reino é representado por Babilônia. As asas que vemos neste animal representam rapidez nas conquistas, No reinado de Nabucodonosor a Babilônia rapidamente conquistou o mundo e seu reinado se estendeu do ano 606 ao ano 539aC.
O profeta Daniel diz que as asas foram arrancadas, isso quer dizer que Nabucodonosor perderia sua força.
O capítulo 4 de Daniel descreve que por causa de seu orgulho este rei por 7 anos estaria afastado do poderio de Babilônia, tomado por uma doença mental conhecida como licontropia, viveu ele como um animal durante 7 anos comendo inclusive pastagens com os animais. Seu pelos e unhas cresceram.
As asas seriam arrancadas isso quer dizer que o poder de Babilônia iria cair. Viriam outros líderes e enfraqueceria até que perdesse totalmente o seu poder.
Antes de analisarmos o primeiro animal e o que ele significa, vamos deixar que a própria Bíblia interprete os seus símbolos. Mar, água é igual a povos, multidões e nações (Apocalipse 17:15). Já ventos são símbolos de agitação política sobre a terra (Jeremias 4:12-13). Animais, em profecia, são símbolos de reis e reinos (Daniel 7:17). Asas representam agilidade, destreza, rapidez, força (Jeremias 48:40).Depois desse esclarecimento bíblico podemos com toda a certeza entender perfeitamente a profecia de Daniel, capítulo sete. É importante também lembrar que quando lemos ou falamos “animal” ou “besta”, em profecia, estamos falando de um governo, reino, um poder.
O primeiro animal era semelhante a um leão, com asas de águia; foi posto em pé e tinha um coração de homem. Sem dúvida nenhuma, o leão representa Babilônia, a potência que dominava o mundo daquela época.
O leão como rei das feras e a águia como a rainha das aves, representavam adequadamente o império Babilônico em seu apogeu e sua glória. O leão se destaca por sua força, entretanto a águia é famosa por seu vigor e no alcance dos seus vôos.
Este leão alado representava o período Neo-Babilônico, que sob Nabucodonosor, se tornou o maior e o mais forte império até aquela época. Daniel estava descrevendo de forma figurativa o que ele estava vendo. Em outras palavras, Daniel estava falando da força das conquistas de Nabucodonosor e a agilidade de suas ações. O leão alado representava força e agilidade. O poder de Nabucodonosor não foi somente sentido em Babilônia, mas desde o Mediterrâneo até o Golfo Pérsico, e desde a Ásia Menor até o Egito.
O profeta Habacuque comparou os Caldeus como águias. Note a descrição: “Suscito os caldeus, nação feroz e impetuosa, que marcha sobre a largura da terra… Os seus cavaleiros espalham-se por toda a parte; os seus cavaleiros vêm de longe. Voam como águia que se apressa em devorar” (Habacuque 1:6 e 8).
Até agora analisamos o que Daniel estava vendo, mas a partir deste momento começaremos a estudar o que iria acontecer. Trata-se de uma profecia. Ela dizia que as asas seriam arrancadas (Daniel 7:4). Isto significava o contrário do que dissemos até este momento. Se as asas significavam agilidade de movimentos, perder essas asas queria dizer que os sucessores de Nabucodonosor ficariam sem o prestígio e o poder mundial.
A profecia diz ainda que o leão ficaria em pé (Daniel 7:4). Este é mais um símbolo profético. “Um leão, erguido sobre dois pés como homem, indica que ele perdeu suas qualidades distintivas de um leão”. Foi a decadência do império, com os sucessores de Nabucodonosor mais interessados em desfrutar das conquistas passadas do que fortalecer o reino.
O capítulo 5 do livro de Daniel relata que Belsazar fez um grande banquete e convidou todos os grandes do seu reino. Este banquete regado com muito vinho e concubinas, deixou o rei muito eufórico, até que ele já embriagado, mandou que trouxessem as taças sagradas de ouro que o seu para tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. Por esta atitude profana, quando ele profanou o que era sagrado o fim do seu reinado foi iminente. A sua sentença apareceu na parede estucada do seu palácio, uma mão misteriosa escreveu uma escritura que ninguém conseguia decifra-la exceto Daniel. Daniel leu e interpretou a escritura que dizia: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM.
MENE - Contou Deus o teu reino e o acabou.
TEQUEL - Pesado foste na balança e foste achado em falta.
PARSIM - Divido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas.
Diz o texto sagrado, que naquela mesma noite, os exércitos do rei Dario, o medo, invadiu a Babilônia, matou Belsazar rei dos caldeus e conquistou todo império da Babilônia.
IMPÉRIO MEDO-PERSA.
Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne (Dn.7.5).
O urso representa o segundo império mundial, o Império Medo Persa. Ouve uma união entre a média e a Persa, e assim eles conquistaram o mundo tirando o poder de Babilônia.
Seu domínio se deu do ano 539 a 331 aC.
Quando diz que um dos seus lados se levantou primeiro quer dizer que a Pérsia se destacou primeiramente e depois eles se uniram criaram mais força e dominaram o mundo.
O que Deus queria transmitir ao profeta, quando fez esse tipo de revelação? Primeiramente, vamos conhecer um pouco da vida e hábitos de um urso. A Bíblia diz que é um animal astuto (Lamentações 3:10); o urso defende furiosamente suas crias (II Samuel 17:8); tem muita força em suas patas (I Samuel 17:37).
“Os ursos são classificados como carnívoros; mas na verdade eles se alimentam de outras coisas, incluindo plantas das mais variadas espécies, peixes e pequenos animais. Também comem formigas, abelhas e suas colmeias. Os ursos normalmente evitam o homem, mas no inverno e começo da primavera, após saírem da hibernação parcial, os ursos estão muito famintos e podem atacar rebanhos. Já as ursas só tem filhotes uma vez por ano, dando até quatro crias de cada vez… Um único golpe da pata de um urso pode esmagar a cabeça de um homem ou animal.” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 6, p. 697).
Um outro fato que temos que lembrar é que, em profecias, a própria Bíblia diz que animal significa “reis e reinos”. Portanto, após a fase caracterizada pelo leão, surgiria um reino ou rei cujas ações seriam semelhantes as de um urso. E foi exatamente isto que aconteceu após o período babilônico. Astiages, rei dos Medos, teve uma filha que recebeu o nome de Mandana, e os oráculos diziam que ela seria forte, poderosa e destruiria o próprio pai. Astiages, com medo das profecias a respeito da filha, enviou-a para a Pérsia. Lá ela se casou com Cambises e desse casamento nasceu Ciro.
Calcula-se que Ciro nasceu perto do ano 600 antes de Cristo. Foi o fundador do império Persa e conquistador de Babilônia. Governou-a de 539 AC até morrer no ano 530. (Arqueologia Bíblica, p. 282). Ao se tornar rei da Pérsia propôs a Astiages, rei dos Medos – que era seu avô – uma união para criar um grande exército. Astiages, lembrando das profecias sobre Mandana, mãe de Ciro, não aceitou a aliança. Ciro enviou os seus embaixadores mais importantes para convencer o avô das vantagens dessa aliança. Astiages prendeu os embaixadores e lhes cortou a língua, dizendo: “Voltem e digam a Ciro qual é a minha resposta”.
Ciro, então, conquistou os Medos, mas não destruiu o avô. Dessa forma os dois povos foram unidos a força. Os Persas eram mais fortes.
E, foi na noite de 13 de outubro de 539 AC que a cidade de Babilônia caiu diante do exército dos Medos e Persas, liderados por Ciro (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, vol. 1, p. 752). Após a queda de Babilônia Ciro colocou Astiages como um dos líderes da cidade.
A profecia mencionava que o urso estaria com um lado levantado; andaria com um lado do corpo mais alto do que o outro. Isto quer dizer que a sociedade proposta por Ciro ao seu avô não funcionou de forma perfeita. Astiages aceitou a união porque não lhe restava outra alternativa. Os Medos e Persas não viviam uma sociedade equilibrada. Um lado era mais forte que o outro.
A profecia também afirmava que o urso tinha na boca três costelas. Interessante que as três conquistas mais importantes dos Medos e Persas foram a Lídia, em 546 AC, Babilônia, em 539 e o Egito, em 525 AC. A profecia se cumpriu plenamente.
IMPÉRIO GREGO.
Depois disso, eu continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também esse animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio (Dn.7.6).
Um leopardo com quatro cabeças e quatro asas.
Se o leão tinha duas asas representando a rapidez de suas conquistas o que não dizer do terceiro império. A rapidez de conquista do leopardo seria muito maior.
O terceiro império representa a Grécia, A Grécia teve o seu poder estendido do ano 31 ao ano 168 aC.
As quatro asas a rapidez das conquistas e as quatro cabeças, representam os quatro generais de Alexandre o Grande. Alexandre era o imperador, o grande estrategista militar, e ele possuía quatro grandes generais, pessoalmente envolvidos em seu governo, e por isso o leopardo tem quatro cabeças, representando os quatro generais gregos.
O nome desses generais são: Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.
Perceba que este terceiro poder – terceiro reino – teria características de leopardo, porém com algumas anormalidades como asas nas costas e quatro cabeças.
“O leopardo é um grande felino, com manchas arredondadas pelo corpo e pertence a família do leão. É carnívoro e faz presa a qualquer animal que possa, incluindo antílopes, veados e animais menores, inclusive aves, mas a sua predileção é por cães. O leopardo é bem conhecido por causa de sua agilidade e velocidade”.
Essa profecia foi proferida aproximadamente no ano de 555 antes de Cristo. Deus estava dando uma visão a Daniel do futuro político, histórico e religioso do mundo. Nessa visão os grandes reinos foram apresentados de uma forma simbólica.
Os Medos e Persas – o urso da profecia – dominaram o mundo de 539 a 331 antes de Cristo. A História mostra que depois deles veio a Grécia, veio Alexandre, o Grande. Alexandre nasceu em 356 antes de Cristo e era filho de Filipe II. Em 336 AC herdou o trono da Macedônia. A sua primeira tarefa foi acalmar e reorganizar o seu próprio império. Depois que a ordem foi estabelecida na sua própria terra teve como alvo conquistar o império Persa, ambição que havia herdado do pai.
Com 35 mil homens invadiu o território Persa. Um ano depois conquistou a cidade de Tiro, depois a Palestina e o Egito. No ano 331 fundou a cidade de Alexandria, no Egito. Ali se declarou sucessor de Faraó e sua tropa o aclamou como Deus. Já em 323 AC estabeleceu a sua capital em Babilônia, cidade que ainda mantinha muito da beleza e glória dos tempos de Nabucodonosor. (S.D.A.B.C, vol. 5, p. 848).
O que chama a atenção de todos os que estudam a História universal é a idade de Alexandre. Com pouco mais de 20 anos estava conquistando o mundo. Impressiona também a influência que recebeu do pai. E aqui, amigo ouvinte, temos uma importante lição: a influência positiva ou negativa dos pais. A maneira como os pais envolvem seus filhos em outras atividades além dos estudos é fundamental para o crescimento intelectual, físico e moral das crianças. É muito triste quando vemos pais nada preocupados com o preparo dos filhos para a vida. E, estes, menos ainda.
Alexandre com 25 anos já dominava o mundo. Era o leopardo com quatro asas nas costas. Não há símbolo melhor para descrever o jovem Alexandre e suas conquistas. Era ágil e cheio de energia. E é assim que precisamos ser. É assim que o mundo precisa de homens e mulheres. Findou-se o tempo de homens e mulheres estáticos, parados, sem iniciativa. A profecia diz que o leopardo tinha quatro cabeças. O que este símbolo quer dizer? Os estudiosos da Bíblia acreditam que as quatro cabeças tem mais a ver com o que aconteceu depois da morte do jovem conquistador.
No ano 323 AC, após estabelecer Babilônia como sua capital, Alexandre se excedeu na bebida e caiu enfermo e morreu de “febre dos pântanos”, que se crê que era o nome usado naquela época para descrever a malária (S.D.A.B.C., vol. 5, p. 848). Ele estava com 33 anos e preparava uma expedição à Arábia. Morreu no dia 18 de junho de 323 AC.
Como a morte do líder foi repentina, não deu tempo de ser preparado um sucessor. Seus quatro principais generais disputavam o trono. Não houve consenso entre eles. Guerrearam entre si e na famosa batalha de Ipsos, em 301 AC, o grande império Grego acabou sendo dividido em quatro partes – as quatro cabeças do leopardo. “Formaram-se então quatro reinos: o da Macedônia e Grécia com Cassandro, que triunfara sobre seus rivais; o da Síria com Seleuco; o do Egito, com Ptolomeu; e o da Trácia e parte da Ásia Menor com Lisímaco.” (História Universal, Rocha Pombo, p. 68). Portanto, após o ano 301 AC o grande império formado por Alexandre foi dividido em quatro partes e permaneceu dessa forma até ser conquistado por Roma, no ano 168 AC.
IMPÉRIO ROMANO.
Depois disso, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres (Dn.7.7).
Ele aparece com dez chifres, que representam, poder, reino e domínio.
Este reino teria a maior concentração de poder mundial, por isso ele tem dez chifres. Esse quarto animal identificado na visão de Daniel, como animal "terrível e espantoso", representa o quarto império mundial, Roma, e Roma foi o império de maior poderio territorial e também o que maior número de anos no poder.
Depois da Grécia, o império que mandou no mundo foi o romano. Os historiadores são unânimes em afirmar que essa transição foi muito lenta e é muito difícil encontrarmos uma data exata para queda dos gregos e a ascensão dos romanos.
“No ano 197 AC Roma derrotou a Macedônia e colocou os estados gregos sob sua proteção. Alguns anos mais tarde, em 190, derrotou o Antíoco III e tomou o território Selêucida. No ano 168 AC, na batalha de Pidna, Roma acabou com a monarquia da Macedônia, dividindo-a em quatro confederações.
Já no ano 146 AC Roma anexou a Macedônia como província e colocou a maior parte das cidades gregas sob o governador da Macedônia.” (S.D.A.B.C., vol 5, p. 852).
Este seria um pequeno resumo de como caíram os gregos e como os romanos passaram a dominar o mundo. Não há uma data específica. Foi uma sucessão de eventos e vitórias. Por isso, a data mais aceita como o início da soberania romana é 168 AC.
Foi em 22 de junho de 168 AC, ao meio-dia, que aconteceu a batalha mais importante contra os macedônios (História Universal de G. AncKem, vol. IV, p. 858). Daniel, quando viu o quarto animal, não pode compará-lo com algo conhecido. Descreveu-o como sendo terrível e espantoso. Além disso, ficou muito curioso para saber o que representava (Daniel 7:19).
E é assim que a Bíblia descreve o quarto reino. Forte e destruidor. Vamos ler Daniel 7:23? “O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e pisará aos pés, e a fará em pedaços”.
Os historiadores contam que “Roma começou a se destacar de uma maneira muito rápida, até conquistar toda a península Itálica, parte da Europa, África e toda a Ásia civilizada, pondo fim aos restos do Império de Alexandre” (El Desenlace del drama Mundial, p. 154).
VAMOS ANALISAR AS CARACTERÍSTICAS DO IMPÉRIO ROMANO:
Primeira.
“Terrível, espantoso e muito forte”. A potencialidade, a força militar, política e econômica de Roma não havia sido manifestada por nenhum outro povo. O caráter terrível e espantoso revela-se nas conquistas. “A península itálica, Cartago, Macedônia, Síria, África, Espanha, Egito, Ásia Menor, Palestina, foram caindo uma após a outra para formar a imensa órbita política de Roma” (El Desenlace del drama Mundial, p. 154).
Segunda.
“O qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços”. Na visão profética, o quarto animal – ou quarto reino – agiria de forma violenta e terrível para com aqueles que eram conquistados. “Roma fazia guerra não para conquistar e nem por necessidade de expansão, mas por idiossincrasia e prazer. O templo de Jano em Roma, devia ficar aberto durante todo tempo que houvesse guerra e ele esteve aberto permanentemente durante cinco séculos, salvo uma só vez e por poucos anos” (El Desenlace del drama Mundial, p. 155). Quando uma guerra era iniciada, os romanos saqueavam todo o país atacado. Os homens, mulheres e crianças eram vendidos como escravos e muitas vezes eram vítimas de castigos desumanos. Estabeleciam pesados tributos aos cativos. Os imperadores romanos eram implacáveis com seus inimigos.
Terceira.
“Pisava aos pés o que sobejava”. Essa figura de linguagem mostra uma fera que, após dominar sua vítima e já ter se alimentado da mesma, pisa em cima do que sobrou, de forma sádica.
Quarta.
“E tinha dez chifres” – Todos os que visitam Roma podem ver as ruínas do que foi esse grande império. Ninguém foi tão poderoso quanto eles. Os historiadores dizem que o sol não se punha no império romano. Ele abarcava desde a África, ao sul, até a Inglaterra, ao norte e desde a Pérsia ao leste e a Espanha ao oeste. Porém, não durou para sempre. Foi dividido em dez partes de onde surgiram as principais nações da Europa de hoje. Em 476 de nossa era se consumou a queda e a soberania romana.
Estando eu considerando os chifres, eis que entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos chifres primeiros foram arrancados; e eis que nesse chifre havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente (Dn.7.8).
Na visão de Daniel, no meio dos dez chifres surgiu um chifre pequeno, que subjugará três reis e na sequência os outros sete entregará o poder ao chifre pequeno. Este chifre pequeno, segundo as profecias, representa um homem super inteligente, o 666 que há de vir, o anticristo (Ap.13.1; 17.12).
O chifre pequeno que se destaca entre os dez, aparece com olhos humano e uma boca que falava com arrogância. Paulo na sua segunda carta aos tessalonicenses, faz referência a este personagem e o chama de homem do pecado, o filho da perdição: "Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E, por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade" (II Ts.2.3-12).
Sem querer entrar em detalhes escatológico sobre este personagem, a verdade é que ele atrairá a atenção dos povos para si e terá um governo mundial, quando firmará um pacto de sete anos e na metade será quebrado o pacto e ele revelará a sua verdadeira identidade. Nesse tempo os reis que entregaram o poder a este governante mundial, se rebelarão e irão fazer guerra contra ele, que dará comprimento a profecia de Apocalipse 16.16, onde ocorrerá a batalha do Armagedom.
Conforme a profecia de Apocalipse capítulo 19, Jesus, o Rei das nações, virá e destruirá o anticristo e o falso profeta. E todos os reinos da terra será governado pelo Senhor Jesus Cristo. Amém!