sábado, 10 de fevereiro de 2024

O FOGO NÃO PODE APAGAR!


O fogo, pois, sobre o altar arderá nele, não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimará a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará (Lv.6.12,13).

No Antigo Testamento Deus estabeleceu a lei do holocausto e ordenou que os sacerdotes seriam responsáveis por manter o fogo aceso sobre o altar, no Tabernáculo. Aquele fogo simbolizava a presença de Deus (Lv 9.24). Nosso Deus se manifesta com fogo (Êx 3.2,6; Ap 4.5). Na Nova Aliança todos somos sacerdotes (1Pe 2.9; Ap 1.6), e temos a responsabilidade de manter aceso o fogo do Espírito no altar da nossa vida.

CINCO ELEMENTOS NA LEI DO HOLOCAUSTO:

1- ALTAR.

Altar, lugar elevado, plataforma elevada. Significa lugar de matança, lugar de sacrifício. Havia vários tipos de altares: Altar de pedras, altar de ferro, altar de bronze, altar de ouro...

Lugar de adoração, lugar de sacrifício, lugar de entrega total, lugar onde se manifesta a presença de Deus, lugar onde o fogo de Deus deve arder continuamente. O altar também pode simbolizar a nossa vida diante de Deus. Este altar deve está organizado e preparado para receber o fogo de Deus. O fogo do Espírito deve continuar ardendo em nossa vida, não podemos deixar este fogo apagar. 

2- HOLOCAUSTO.

O holocausto era a vítima (os animais) que eram trazidos para serem oferecidos no altar do sacrifício. O holocausto era totalmente queimado, até virar cinza. Isto também implica em dizer, que temos que apresentar o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, para ser totalmente consumido no altar de Deus (Rm.12.1). 

3- CINZA.

No altar do holocaustos a cinza deveria ser retirada cada dia (Lv 6.10). A cinza deveria ser retirada para não impedir o fogo de queimar um novo holocausto. Esta cinza era colocada a parte, junto ao altar; em seguida o sacerdote a levava fora do arraial para um lugar limpo (6.10,11).

A cinza simboliza o resíduo das experiências passadas. Tudo o que restou do pecado foi queimado no altar de Deus e vivemos em novidade de vida (II Co.5.17). Paulo disse que se esquecia das coisas que atrás ficaram, prosseguia para o alvo... (Fp 3.13,14).

4- LENHA.

Nova lenha deveria ser colocada no altar cada manhã (Lv 6.12). Colocar nova lenha no altar nos fala de renovação espiritual. Novos holocaustos deveriam ser oferecidos, o passado fica para traz, Deus faz coisas novas. Sem lenha, o fogo se apaga (Pv.26.20). Não coloque lenha no fogo da contenda, mas ponha lenha no altar de Deus para manter acesa a chama do Espírito Santo em sua vida.

A lenha simboliza as tarefas que assumimos na obra de Deus de acordo a sua orientação, através das quais nós nos apresentamos a Deus com sacrifícios vivos através da oração, da adoração, do jejum e leitura e meditação da Palavra.

5- FOGO.

O fogo representa a presença de Deus, ele é o elemento principal, sem fogo o altar não tem valor algum, sem fogo o holocausto não será consumido, sem fogo não haverá a manifestação da presença de Deus.

Vivemos uma época em que a frieza espiritual tem tomado conta de muitas vidas, estamos vendo uma geração de crentes frios, sem fervor espiritual. Estamos contemplando o reflexo desse fato nas nossas reuniões, muitos entretenimentos são oferecidos com intuito de atrair os crentes para o culto, quando deveria ser um prazer estar na igreja para adorar ao Senhor. Há movimentos que, com o intuito de atrair as pessoas, oferecem falsos milagres, falsas prosperidades, mercadejam a fé, vendem ilusões e prometem bens meramente terrenos. Resultado, são crentes frios, apáticos e raquítico espiritualmente, sem vida de comunhão com Deus e um altar que se apaga lentamente a cada dia. 

O fogo de Deus continua aceso, o problema é quando deixamos esse fogo se apagar em nós. Portanto, mantenha o fogo de Deus aceso em sua vida. Não deixe o fogo apagar!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

ELE TEM AS CHAVES DA MORTE E DO INFERNO!


E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da Morte e do Inferno (Ap.1.17,18).

O escritor aos hebreus nos informa que o Diabo tinha o império da morte (Hb.2.14,15). Ele reinava absoluto e tinha o poder da morte, todavia os seus dias estavam contados, Jesus veio para desfazer as obras do Diabo (I Jo.3.8), e destronar Satanás (Cl.2.15). Com a morte e ressurreição de Cristo, Deus Pai lhe concedeu todo o poder no céu e na terra (Mt.28.18). Após a sua ressurreição, no ano 96, cerca de 60 anos depois, Jesus aparece glorificado a João na ilha de Patmos e lhe diz: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da Morte e do Inferno (Ap.1.17,18). Essas chaves não são palpáveis, no sentido literal, mas são simbólicas e significa domínio, poder. Jesus destronou o Diabo, que tinha o império da morte e consequentemente o inferno e nos livrou da servidão de Satanás e do medo que tínhamos da morte. Agora Ele tem as chaves da Morte e do Hades, o domínio e o poder é dEle para sempre. Amém! 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

DEZ CURIOSIDADES NA CARTA AOS FILIPENSES.


Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas (Fp.1.3,4).

Diferente das outras cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ou conflitos na igreja. A tônica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Do começo da carta ao final, a carta focaliza Cristo como propósito e esperança de vida eterna. Nesta Epístola, Paulo utiliza a palavra "alegria" e suas variantes por treze vezes, mesmo sendo um paradoxo, visto que Paulo escreveu estando na prisão. Nesta carta Paulo trata de três temas principais: (1) Alegria em meio a todas as circunstâncias da vida. (2) Humildade e serviço cristão. (3) O valor incomensurável de conhecer a Cristo. A carta aos Filipenses tem 4 capítulos e 104 versículos.

1- Sobre a cidade de Filipos.

Filipenses são os moradores da cidade de Filipos. A cidade de Filipos ficava na Macedônia oriental, a 16 Km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo uma guarnição militar.

2- Paulo escreveu esta carta da prisão domiciliar em Roma (1.7,13,14).

Certamente Paulo estava preso em Roma (At.28.16-31).

3- Epístola da Alegria. 

Mesmo estando preso, Paulo cita as palavras alegria, regozijo, gozo por treze vezes (1.4,18,25; 2.2,18,28; 3.1; 4.1,4,10).

4- O portador da Carta foi um obreiro de confiança de Paulo chamado Epafrodito (2.25; 4.18).

5- Uma igreja de crentes generosos. 

Várias vezes a igreja de Filipos enviou ajuda financeira a Paulo (II Co.11.9; Fp.4.15,16;). Contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (II Co.cap.8-9).

6- Esta carta contém uma das declarações cristológicas mais profundas da Bíblia (2.5-11).

7- É altamente cristocêntrica, revelando o estreito relacionamento entre Paulo e Cristo (1.20,21; 3.7-14).

8- Por duas vezes Paulo faz menção ao Palácio de césar. 

De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares (1.13).

O Pretório era o Palácio, residência oficial do governador romano. 

Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César (4.22).

9- Especialmente nesta carta, Paulo roga a união de duas irmãs que estavam em discórdia, Evódia e Síntique (4.2).

10- Esta é a única carta de Paulo em que ele fala sobre o Livro da vida (4.3).

No final da carta, antes das saudações finais, Paulo impetra uma palavra de bênçãos sobre os generosos irmãos da igreja de Filipos: O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (4.19). Amém! 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

EVANGELISTAS E AVIVALISTAS.


E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres (Ef.4.11). 

EVANGELISTA é o terceiro entre os cinco ministros que foram designados por Jesus para servirem a igreja. O evangelista é aquele que é vocacionado para pregar o evangelho com o propósito de ganhar almas para o Reino de Deus. Um evangelista é um desbravador na obra de evangelização, um ganhador de almas para Deus. Este termo, "Evangelista" aparece apenas três vezes no texto sagrado: (1) Atos 21.8 (2) Efésios 4.11 (3) II Tm.4.5. Filipe é o único homem na Bíblia que é chamado de evangelista. O evangelista é chamado para cumprir a nobre missão de proclamar o evangelho, cumprindo assim a ordem imperativa do Senhor Jesus.

O ministério de evangelista é extraordinário, um verdadeiro evangelista não se detêm em ficar fixo em uma igreja. Nos dias atuais parece haver muitos avivalistas e poucos evangelistas. Existem Igrejas super lotadas de pregadores, mas vazias de ganhadores de almas. E, além disso, a verdadeira função do evangelista, é que ele deve ser visto mais fora da Igreja do que dentro dela, isto é, que ele não seja somente visto numa função local; mas que sempre avance na direção das almas perdidas sem Cristo; fundando novas Igrejas e comunidades.

AVIVALISTA. 

O que é um avivalista? É aquele que aviva? Avivalista é um ministério?

Segundo o Dicionário Informal, um avivalista, também chamado "avivacionista", tem origem na palavra americana "revivalist", é uma pessoa que divulga o avivamento cristão para os que aceitam a Cristo, e que ocorre com mudança de comportamento de uma pessoa, um povo e uma nação. Várias coisas acontecem durante o avivamento desde o batismo no Espírito Santo como citado em Pentecostes (Atos 2:4), e também curas, milagres, até à divulgação de outros avivamentos pelo mundo. 

Esta definição de "avivalista" tem haver com o ministério de evangelista, quando este promove cruzadas e concentrações evangelísticas na intenção de ganhar almas e consequentemente ocorre o avivamento com salvação de almas, libertações, curas e milagres. 

Quem promove avivamento é o Espírito Santo, quando a Palavra de Deus é pregada com poder. Este mérito não é do avivalista nem do evangelista. Avivamento é obra do Espírito Santo, é algo sobrenatural e inesperado e nunca método nem mecanismo humano. 

A igreja do Senhor precisa de evangelistas que tenham amor as almas e preguem a Palavra debaixo da unção do Espírito, só assim haverá avivamento verdadeiro e não simplesmente barulhos e emoções.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

"HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO"


Esta passagem simples, tornou-se de difícil interpretação. Uma virgula muda o sentido e o significado do texto. Nas versões Trinitariana tradução em português, editada em 1883, e na versão siríaca, além de outras, traduzem as palavras de Jesus para o malfeitor na seguinte expressão: "Na verdade, te digo neste dia: Comigo estarás no Paraíso." "Na verdade a ti estou dizendo hoje, comigo estarás no Paraíso." 

Observe o detalhe da virgula, mudando o sentido da frase: E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso (Lc.23.43).
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso (Lc.23.43).

PARAÍSO. O termo "Paraíso" é usado para designar o céu ou a presença de Deus. Que "céu" e "Paraíso" são palavras referentes ao mesmo lugar (II Co.12.2,4). As palavras de Jesus, aqui, mostram com clareza que imediatamente após a morte, os salvos passam a estar com Jesus no céu. (Nota da Bíblia de Estudo Pentecostal).

Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai... (Jo.20.17).
Se Jesus afirmou que ainda não havia subido para o Pai, qual Paraíso Ele foi?
Na verdade o Paraíso ficava no seio de Abraão, uma região abaixo da terra. Nesta região lugares distintos: O Seio de Abraão (que era o Paraíso), ficava em cima, abaixo ficava o Sheol ou Hades, e no meio ficava o Abismo. Quando Jesus ressuscitou e subiu ao Pai, Ele levou os salvos que estavam no Seio de Abraão e os transportou para o terceiro céu (Ef.4.8,9; II Co.12.2,4).

No Paraíso, Lázaro podia conversar com o rico que no Hades sofria o tormento dos ímpios, havendo entre eles um grande Abismo intransponível (Lc 16.18-31). Depois de Sua morte Jesus esteve três dias e três noites no coração da terra (Mt 12.40; At 2.27; Ez 31.15-17). Paulo descreve esse lugar como as regiões inferiores da terra (Ef 4.9). Portanto, concluímos que o Paraíso que Jesus e o malfeitor entraram foi no Seio de Abraão, que estava no coração da terra. Nesta descida ao Hades, Cristo efetuou uma grande e permanente mudança na região dos salvos, isto é, nas condições dos justos mortos. Ele anunciou a Sua vitória aos espíritos ali retidos. É o que significa a expressão de Pedro, que ‘Cristo... pregou aos espíritos em prisão...’ (1Pe 3.18-20). A palavra usada no original implica em anunciar, comunicar; não pregar como meio para salvação.

Concluo dizendo o seguinte: Se o ladrão entrou no Paraíso no mesmo dia ou se entrou depois, não importa, o que importa é que Jesus o salvou e ele entrou no Paraíso. 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS.


O Estado Intermediário representa um lugar espiritual fixo onde as almas e os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição de seus corpos, para apresentarem-se, posteriormente, perante o Supremo Juiz.

Como existe uma diversidade de interpretações a respeito e, para evitar confusão de ideias acerca do estado intermediário dos mortos, devemos aclarar essa doutrina.

Jesus faz uma narrativa de um fato real, o que fica entendido não se tratar de uma parábola. Este é o entendimento da maioria dos estudiosos da Bíblia.

Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.

Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.

E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.

E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.

E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.

E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.

Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.

E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.

Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lc.16.19-31).

A VIDA DEPOIS DA MORTE.

São vários os argumentos que reforçam a doutrina bíblica sobre a vida além-túmulo.

1. Argumento Histórico. 

Se a questão da vida além-morte estivesse fundamentada apenas em teorias e conjecturas filosóficas, ela já teria desaparecido. Mas as provas da crença na imortalidade estão impressas na experiência da humanidade.

2. Argumento Teológico. 

Procura provar que a vida do ser humano tem uma finalidade além da própria vida física. Há algo que vai além da matéria de nossos corpos, é a parte espiritual. Quando Jesus Cristo aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, estava, de fato, desfazendo a morte espiritual e concedendo vida eterna, a imortalidade (2Tm 1.10). A vida humana tem uma finalidade superior, uma razão de ser, um desígnio.

3. Argumento Moral. 

Há um governador moral dentro de cada ser humano chamado consciência que rege as suas ações. Sua existência dentro do espírito humano indica sua função interna, como um sensor moral, aliado à soberania divina.

4. Argumento Metafísico. 

Os elementos imateriais do ser humano denunciam o sentido metafísico que compõe a sua alma e espírito. Esses elementos são indissolúveis; portanto, como evitar a realidade da vida além-morte? É impossível! A palavra imortalidade no grego é athanasia e significa literalmente ausência de morte. No sentido pleno, somente Deus possui vida total, imperecível e imortal (1Tm 1.17). Ele é a Fonte de vida eterna e ninguém mais pode dá-la. No sentido relativo, o crente possui imortalidade conquistada pelos méritos de Jesus no Calvário (2Tm 1.8-12). 

O QUE NÃO É ESTADO INTERMEDIÁRIO.

1. Não é Purgatório. 

Heresia lançada pelos católicos romanos para identificar o Sheol-Hades como lugar de prova, ou de segunda oportunidade, para as almas daquelas pessoas que não conseguiram se purificar o suficiente para galgarem o céu. Declara a doutrina romana que é uma forma desses mortos serem provados e submetidos a um processo de purificação. Entretanto, essa doutrina não tem base na Bíblia e é feita sobre premissas falsas. Se o Purgatório fosse uma realidade, então a obra de Cristo não teria sido completa. Se alguém quer garantir sua salvação eterna, precisa garanti-la em vida física. Depois da morte, só resta a ressurreição.

2. Não é o Limbus Patrum. 

O vocábulo limbus significa borda, orla. A idéia é paralela ao Purgatório e foi criada pelos católicos romanos para denotar um lugar na orla ou na borda do inferno, onde as almas dos antigos santos ficavam até a ressurreição. Ensina ainda essa igreja que o limbus patrum (pais) era aquela orla do inferno onde Cristo desceu após sua morte na cruz, para libertar os pais (santos do Antigo Testamento) do seu confinamento temporário e levá-los em triunfo para o céu. Identificam “o seio de Abraão” como sendo o limbus patrum (Lc 16.23). Mas, o limbus patrum não tem apoio bíblico, e nem existe uma orla para os pais (santos antigos).

3. Não é o Limbus Infantus. 

A palavra infantus refere-se à crianças. Na doutrina romana, havia no Sheol-Hades um lugar especial de habitação das almas de todas as crianças não batizadas. Segundo essa doutrina, nenhuma criança não batizada pode entrar no céu. Por outro lado, é inaceitável a idéia do limbus infantus como um lugar de prova, também, para crianças.

4. Não é Reencarnações. 

Não é um estado para reencarnações, um lugar de migrações e perambulações espaciais. Os espíritas gostam de usar o texto de Lucas 16.22,23, para afirmarem que os mortos podem ajudar os vivos. Mas Jesus, ao ensinar sobre o assunto, declarou que era impossível que Lázaro ou algum outro que estivesse no Paraíso saísse daquele lugar para entregar mensagem aos familiares do rico. Jesus disse que os vivos tinham “a Lei e os Profetas”, isto é, eles tinham as Escrituras. Os mortos não podiam sair de seus lugares para se comunicarem com os vivos. Portanto, é uma fraude afirmar essa possibilidade de comunicação com os mortos. Usam equivocadamente João 3.3 para defenderem a idéia da reencarnação. Vários textos bíblicos anulam essa falsa doutrina (Dt 18.9-14; Jó 7.9,10; Ec 9.5,6; Lc 16.31). A Bíblia fala sobre a ressurreição dos mortos e não sobre reencarnação.

O QUE É ESTADO INTERMEDIÁRIO.

1. É Uma Habitação Espiritual Fixa e Temporal. 

Biblicamente, o Estado Intermediário é um modo de existir entre a morte física e a ressurreição final do corpo sepultado. No Antigo Testamento, esse lugar é identificado como Sheol (no hebraico), e no Novo Testamento como Hades (no grego). Os dois termos dizem respeito ao reino da morte (Sl 18.5; 2Sm 22.5,6). É um lugar espiritual em que as almas e espíritos dos mortos habitam fixamente até que seus corpos sejam ressuscitados, para a vida eterna ou para a perdição eterna. E o estado das almas e espíritos, fora dos seus corpos, aguardando o tempo em que terão de comparecer perante Deus.

2. E Um Lugar de Consciência Ativa e Racional. 

Segundo Jesus descreveu esse lugar, o rico e Lázaro participam de uma conversação no Sheol-Hades, estando apenas em lados diferentes (Lc 16.19-31). O apóstolo Paulo descreve-o, no que tange aos salvos, como um lugar de comunhão com o Senhor (2Co 5.6-9; Fp 1.23). A Bíblia denomina-o como um “lugar de consolação”, “seio de Abraão” ou “Paraíso” (Lc 16.22,25; 2Co 12.2-4). Se fosse um lugar neutro para as almas e espíritos dos mortos, não haveria razão para Jesus identificá-lo com os nomes que deu. Da mesma forma, “o lugar de tormento” não teria razão de ser, se não houvesse consciência naquele lugar. Rejeita-se segundo a Bíblia, a teoria de que o Sheol-Hades é um lugar de repouso inconsciente. A Bíblia fala dos crentes falecidos como “os que dormem no Senhor” (1Co 15.6; 1Ts 4.13), e isto não refere-se a uma forma de dormir inconsciente, mas de repouso, de descanso. As atividades existentes no Sheol-Hades não implicam que os mortos possam sair daquele lugar, mas que estão retidos até a ressurreição de seus corpos para apresentarem-se perante o Senhor (Lc 16.19-31; 23.43; At 7.59).

O SHEOL-HADES, ANTES E DEPOIS DO CALVÁRIO

1. Antes do Calvário. 

O Sheol-Hades dividia-se em três partes distintas. Para entender essa habitação provisória dos mortos, podemos ilustrá-lo por um círculo dividido em três partes. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada “Paraíso”, “seio de Abraão”, “lugar de consolo” (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc 16.23). A terceira fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas”, “lugar de prisões eternas”, “abismo” (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v.6). Nessa terceira parte foi aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não sai desse abismo, senão quando Deus permitir nos dias da Grande Tribulação (Ap 9.1-12). Não há qualquer possibilidade de contato com esses espíritos caídos; habitantes do Poço do Abismo.

2. Depois do Calvário. 

Houve uma mudança dentro do mundo das almas e espíritos dos mortos após o evento do Calvário. Quando Cristo enfrentou a morte e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança radical no Sheol-Hades (Ef 4.9,10; Ap 1.17,18). A parte do “Paraíso” foi trasladada para o terceiro céu, na presença de Deus (2Co 12.2,4), separando-se completamente das “partes inferiores“ onde continuam os ímpios mortos. Somente, os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia final quando esse estado temporário se acabará, e viverão para sempre com o Senhor, num corpo espiritual ressurreto.

Essa doutrina bíblica fortalece a nossa fé ao dar-nos segurança acerca dos mortos em Cristo, e é a garantia de que a vida humana tem um propósito elevado, além de renovar a nossa esperança de estar para sempre com o Senhor. Amém!

Estudo Extraído de: Lições Bíblicas.
3º Trimestre de 1998
Título: Escatologia — O estudo das últimas coisas
Comentarista: Elienai Cabral

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

AS MARCAS DE UM PREGADOR.


Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade (I Tm.2.7).

... para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios (II Tm.1.11).

Paulo tinha um grande prazer e sentia-se privilegiado por ter sido constituído por Deus pregador. Paulo prioriza o título de pregador, quando destaca três ofícios para os quais ele foi constituído: (1) Pregador. (2) Apóstolo. (3) Doutor ou mestre dos gentios. Paulo considerava que ser pregador é ser um mensageiro de Deus, um homem que recebe a mensagem de Deus para entregar ao povo. O verdadeiro pregador é um canal de Deus para transmitir a sua mensagem.

O verdadeiro pregador tem um grande apego a Palavra; deleitar-se em ler, estudar e meditar na Palavra, além de buscar vivê-la. Um pregador convicto de sua chamada e vocação, ele não abre mão do seu ministério, ele começa como pregador e termina como pregador. O verdadeiro pregador deixa um legado para as gerações futuras, ele tem marcas e marca a sua história. O homem de Deus que dedicou a sua vida em pregar e ensinar a Palavra de Deus, mesmo depois de sua morte, ele será lembrado como o pregador do Evangelho de Jesus. 

TRÊS MARCAS NA VIDA DE UM PREGADOR:

1- HUMILDADE.

Deus não chama e nem usa os exaltados, nem os autossuficientes, nem os soberbos.

... Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes (Tg.4.6).

A graça é para os humildes. A sabedoria é para os símplices e a revelação é para os servos.

A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices (Sl.119.130).

2- ORAÇÃO.

Orando em todo o tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos e por mim; para que me seja dada no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho (Ef.6.18,19).

O verdadeiro pregador deve viver uma vida de oração, porque é através da oração que ele recebe de Deus a iluminação, a direção e a revelação da Palavra.

3- UNÇÃO.

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10.38).

A unção do Espírito é algo que deve está na vida do verdadeiro pregador. Um pregador sem a unção do Espírito a sua pregação é vazia; por mais beleza de oratória e eloquência que ele possa ter. A unção é que faz a diferença, porque a mensagem é transmitida com graça e autoridade do Espírito na vida do pregador.