quarta-feira, 16 de abril de 2025

A VERDADEIRA ADORAÇÃO.

 

Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.

Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.

Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.

Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo.4.19-24).

Entre os judeus e os samaritanos havia não apenas um preconceito racial, mas também um preconceito religioso. Os judeus defendiam que o lugar da adoração era em Jerusalém, enquanto os samaritanos afirmavam que o monte Gerizim, dentro de seu território, era o único local correto de adoração a Deus. 

Na meio do diálogo com a mulher samaritana, quando Jesus revelou uma particularidade da vida da mulher, aquela mulher samaritana percebeu que Jesus era mais do que um simples homem, ela disse: "Senhor, vejo que és profeta. Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar". Jesus respondeu: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (19-21,23,24).

A resposta de Jesus lançou uma profunda e radical alteração no entendimento do que é a verdadeira adoração. 

A adoração é algo inerente ao ser humano, desde de Adão até os dias atuais, o homem sempre sentiu a necessidade de adorar; isto porque o homem é um ser tricótomo, composto de corpo, alma e espírito. No decorrer das épocas o homem tem buscado formas de adoração variadas, direcionando a adoração as coisas materiais e a pessoas, transformando-as em objeto de culto, e deixando de adorar o Deus vivo e verdadeiro para adorar a deuses de pau, de pedra, de metal, feito pelas mãos dos homens. O único que digno de toda honra, toda a glória, todo o louvor e toda a adoração é o SENHOR DEUS JEOVÁ. Adorar a Deus significa reverenciar, presta-lhe culto, venerar e ama-lo acima de todas as coisas. Na adoração existem várias maneiras de adorar a Deus; encontramos na bíblia pessoas que adoraram prostradas com o rosto em terra, outras com as mãos levantadas, outras em pé e até mesmo deitadas. Jesus falando para a mulher samaritana, disse: Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. A verdadeira adoração parte do coração, não importa a posição corporal ou local para se adorar a Deus em espírito; não é preciso esperar chegar o domingo para ir ao templo de uma igreja adorar a Deus, adorar a Deus não se resumi a um, dois ou três dias na semana; Deus está disponível todos os dias e em qualquer hora.

Adorar a Deus não é simplesmente ir à igreja, orar, cantar, pregar, gesticular, ofertar, lê a bíblia, prestar atenção na pregação e gritar em voz alta glorificando a Deus. Tudo isto faz parte da adoração, mas adorar a Deus é muito mais que isto. A  verdadeira adoração parte do coração do adorador que tem uma devoção sincera com Deus e está ligado a Ele em espírito e em verdade. Adoração não é só emoção, mas envolve temor, reverência, obediência, santidade e serviço; se torna  impraticável adorar a Deus sem estes requisitos, é possível adorar sem tê-los, porém Deus não recebe o adorador, nem a sua adoração. No livro do profeta Isaías está escrito: Disse o Senhor: Pois que este povo se aproxima de mim, com a boca e com só lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído (Isaías, 29.13).

Existem pessoas nas igrejas que praticam um tipo de adoração de aparência exterior, umas para demonstrar uma falsa espiritualidade e outras até para querer agradar e ser simpáticas para o seu líder ou o seu pastor e pregador preferido; quando o seu líder ou pastor estar ensinando ou pregando, ela diz amém, glória Deus, aleluia, grita, gesticula e concorda com tudo que ele diz, mesmo estando errado, isto é pura hipocrisia, falsa santidade e falsa adoração. 

Jesus censurou os escribas e fariseus da sua época chamando-os de hipócritas, porque eles viviam uma falsa pureza de santidade, eram cheios de regras humanas, vivendo só de aparências, mas no seu interior eram impuros, verdadeiros sepulcros caiados. No evangelho de Mateus está escrito: Então, chegando ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que morra de morte. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe. E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens (Mateus, 15.1-9). Jesus condenou os religiosos da sua época por sua falsa adoração a Deus.

TRÊS CLASSES DE PESSOAS QUE DEUS PROCURA:

1) Os Fiéis (Sl.101.6).

2) Os Intercessores (Ez.22.30).

3) Os Verdadeiros Adoradores (Jo.4.23).

A verdadeira adoração vem de um coração sincero e obediente diante de Deus, que o adora em espírito e em verdade. Amém! 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

OS CEGOS DE JERICÓ OU O CEGO DE JERICÓ?


Na narrativa de Mateus, ele cita dois cegos, enquanto os demais evangelhos sinóticos de Marcos e Lucas, citam apenas um (Mc.10.46-52; Lc.18.35-43). Na verdade, eram dois cegos, ocorre que Bartimeu, nome de origem aramaico, que significa, filho de Timeu; é citado apenas por Marcos, devido à sua personalidade ele ganhou proeminência. 

Fato curioso sobre a cidade de Jericó: Havia duas cidades com o nome de Jericó: A Jericó velha (construída pelos cananeus), e a Nova Jericó (construída por Herodes, onde ficava o seu palácio de veraneio). É possível que a cura de Bartimeu (Mc.10.46), tenha ocorreu durante a saída da velha Jericó para a Nova Jericó. Enquanto o evangelista Mateus em sua narrativa, cita dois cegos e Lucas cita um, e em ambas as narrativas os cegos são anônimos, Marcos destaca apenas um pelo nome de Bartimeu, ou seja, uma expressão que significa filho de Timeu. 

Outra problemática para os leitores é que, enquanto Mateus e Marcos relatam que Jesus ia entrando na cidade de Jericó, Lucas diz que Ele ia saindo. 

A explicação mais precisa é que, como existiam duas cidades com o mesmo nome, a Jericó antiga (dos cananeus) e a nova Jericó (construida por Herodes), Mateus e Marcos têm uma visão conjuntas de que Jesus e a multidão estavam entrando na nova Jericó, tendo saido da antiga; enquanto Lucas vê Jesus e a multidão saindo da antiga Jericó e entrando na Nova.

RELATO DE MATEUS.

E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão.

E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamavam, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.

E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.

E Jesus, parando, chamou-os e disse: Que quereis que vos faça? Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.

Então, Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram (Mt.20.29-34).

RELATO DE MARCOS.

Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando.

E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!

E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.

E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.

E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho (Mc.10.46-52).

RELATO DE LUCAS.

E aconteu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 

E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isso, dava louvores a Deus (Lc.18.35-43).

Um fato curioso é que em todos os relatos dos evangelistas, os cegos gritam usando a expressão: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Esta expressão "Filho de Davi" é um reconhecimento da realeza de Jesus, em cumprimento a profecia do Rei que viria e reinaria com justiça (Is.32.1,2; 55.3,4).

AS QUATRO VISÕES DO CEGO BARTIMEU:

1) A VISÃO DE SI MESMO (ele reconhece que é cego e mendigo).

2) A VISÃO DO CLAMOR (ele clamou, com persistência).

3) A VISÃO DA REALEZA DE JESUS (Jesus, Filho de Davi).

4) A VISÃO DO PODER DE JESUS (tem misericórdia de mim).

O cego viu o que muitas pessoas não viram; o pior cego é aquele que enxerga, mas não vê.

sábado, 12 de abril de 2025

O ADVOGADO DE JÓ.

Eis que também, agora, está a minha testemunha no céu, e o meu fiador, nas alturas (Jó.16.19). ARC

Neste exato momento, lá no céu, está a minha testemunha, e lá nas alturas está o meu fiador (Jó.16.19). BKJ

Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas alturas está o meu advogado (Jó.16.19). NVI 

Jó estava sofrendo desprezo e acusações por parte dos seus "amigos". Mas mesmo em meio as tribulações, ele não perde sua fé e devoção no Deus Todo-Poderoso. 

De repente, Jó se levanta com um brado de esperança que aponta para o Messias (cerca de 2.000 anos antes de Cristo), e declara: Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas alturas está o meu advogado (Jó.16.19). A testemunha, aqui, no caso, é uma expressão com origem no termo aramaico: Sãhedh, que significa "advogado, intercessor, defensor, testemunha, fiador", comunicando o sentido de alguém que toma em suas mãos a nossa causa, e garante uma solução satisfatória, plena e duradoura. 

Jó não acreditava mais que viveria tempo suficiente para contemplar a sua vindicação (defesa, vingança) diante dos amigos e daquela situação horrível e inexplicável para ele. Sua única esperança é aquela que ainda guarda no coração acerca de contar com um Advogado no céu. Jó acreditava em um ser celestial, mais sábio e poderoso, que pode compreender o que está ocorrendo, confirmar a sua inocência e defende-lo como verdadeira testemunha e leal advogado intercedento junto a Yahweh em seu favor.

Donald Stamps, o comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal, diz: Jó, pela fé, sobrepôs-se às suas dúvidas a respeito da bondade de Deus, pois declarou que o próprio Deus daria testemunho da sua inocência. Ansiava que Deus intercedesse por ele no tribunal celestial de justiça. O anseio por um mediador perante Deus, em nossa defesa, realizou-se em Jesus Cristo, através de quem Deus "nos reconciliou consigo mesmo" (II Co.5.18); e temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo (I Jo.2.1). Amém! 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

A FUMAÇA DA GLÓRIA.

 


E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça (Is.6.4).

Esta fumaça é uma representação simbólica da glória de Deus. A glória do SENHOR, refere-se a uma manifestação visível da sua presença e do seu esplendor. Esta glória se manifestava em várias ocasiões ao longo da história, e está registrada no texto sagrado. Isaías não viu a plenitude da glória de Deus, mas apenas uma projeção limitada da Sua glória. 

A fumaça ou a nuvem de glória foram manifestas em várias ocasiões: (1) No Monte Sinai (Ex.19.14-25). (2) Na Inaugaração do Tabernáculo (Ex.40.34-38). (3) No Santíssimo Lugar sobre o Propiciatório (Lv.16.11-14). (4) Na Inauguração do Templo de Salomão (II Cr.7.1-3). (5) No Templo na visão de Isaías (Is.6.1-4). (6) No Templo do Tabernáculo do Testemunho que João viu no céu (Ap.15.5-8).

Na nuvem que pairou sobre o Tabernáculo estava a “kabod Yavé”, ou seja, a glória do SENHOR. Essa glória que no hebraico é kabod (e no grego neotestamentário é doxa), fazem referência a presença de Deus. Na literatura judaica, no Talmude, esta glória é chamada de Shekinah, que significa habitação de Deus, lugar onde se manifesta o fulgor ou esplendor da Presença e da atuação divina.

Popularmente tem se ouvido tanto pregadores como cantores fazerem referência à glória de Deus em sua expressão máxima como sendo a Shekinah de Deus. É sabido que a palavra Shekinah não existe nos textos originais bíblicos, e também nota-se certo abuso no uso da mesma. Infelizmente qualquer “animação” na igreja que provoque emoções e gritos de glória e aleluia já é tida como a manifestação da Shekinah de Deus.

SHEKINÁH, significa “habitação”. Segundo os eruditos da Bíblia, este vocábulo procede do aramaico Shekēn, que significa “habitar” e refere-se a Habitação de Deus, isto é, sobre a pessoa, sobre a congregação de Israel, ou sobre a Arca da Aliança ou o Tabernáculo. A ideia é que Deus “pousava” ou “pairava” sobre algo, irradiando seu kabōd [glória]. Segundo os rabinos, a SHEKINÁH “pairava” ou “pousava” sobre os judeus que oravam ou citavam o Shēma. 

Na literatura midrashica o termo é usado para substituir o Nome divino. Preocupados com o emprego indevido do Nome Sagrado, os rabinos judeus usavam vez por outra o vocábulo SHEKINÁH para substituí-lo. SHEKINÁH referia-se à Presença ou Radiância de Deus, ou até mesmo ao próprio SENHOR manifestado. De acordo com a compreensão dos exegetas e místicos do judaísmo, a SHEKINÁH era uma teofania muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Neste sentido, a manifestação divina a Moisés, na teofania visível e audível da sarça ardente, era a aparição da SHEKINÁH, ou a presença da deidade pairando sobre a sarça.

Finalmente, nas páginas do Antigo Testamento, nem no Novo Testamento, não encontramos qualquer menção no original ao termo SHEKINÁH, este era usado pelos rabinos judeus, conforme a concepção talmúdica.

♫No Santo dos Santos, a fumaça me encobre, só Teus olhos me ver... 

A fumaça escondia o sumo sacerdote, até a ponto do nariz desaparecer. 

Se esconda na fumaça da glória, senão a glória de Deus, não aparecerá na sua vida.

Amém! Deus te abençõe!

quarta-feira, 9 de abril de 2025

O QUE SIGNIFICA EXPIAÇÃO E PROPICIAÇÃO?


E Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (I Jo.2.2).

Jesus como nossa "propiciação" significa que Ele tomou sobre si o castigo dos nossos pecados e satisfez o justo juízo de Deus contra o pecado. O perdão agora é oferecido a todos, no mundo inteiro, e é recebido pelos que vêm a Cristo, com arrependimento e fé. (B.E.P.).

“EXPIAÇÃO”. 

O prefixo “ex” significa “fora de” ou “de”, então a expiação tem a ver com remover algo ou tirar algo. Em termos bíblicos, trata-se de remover a culpa por meio do pagamento de uma penalidade ou da oferta de um sacrifício. 

A palavra "expiação" (heb. kippurim, derivado de kaphar, que significa "cobrir") comunica a idéia de cobrir o pecado. Na antiga aliança, os sacifícios para expiação dos pecados do povo, apenas cobria os pecados e aplacava a ira de Deus; mas na nova aliança, com a morte expiatória de Jesus Cristo, o pecado é removido e a graça de Deus nos favorece.

A CERIMÔNIA DO DIA DA EXPIAÇÃO.

Levítico 16 descreve o Dia da Expiação, o dia santo mais importante do ano judaico. Nesse dia, o sumo sacerdote, vestia as vestes sagradas, e de início preparava-se mediante um banho cerimonial com água. Em seguida, antes do ato da expiação pelos pecados do povo, ele tinha de oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. A seguir, tomava dois bodes e, sobre eles, lançava sortes; um tornava-se o bode do sacrifício, e o outro tornava-se o bode expiatório (16.8). sacrificava o primeiro bode, levava seu sangue, entrava no Lugar Santíssimo, para além do véu, e aspergia aquele sangue sobre o propiciatória, o qual cobria a arca contendo a lei divina que fora violada pelos israelitas, mas que agora estava coberta pelo sangue, e assim se fazia expiação pelos pecados da nação inteira (16.15,16). Como etapa final, o sacerdote tomava o bode vivo, impunha as mãos sobre a sua cabeça, confessava sobre ele todos os pecados dos israelitas e o enviava ao deserto, simbolizando isto que os pecados deles eram levados para fora do arraial para serem aniquilados no deserto (16.21,22). 

O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do SENHOR (16.31).

O Dia da Expiação levava a efeito a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano anterior (16.16,21). Precisava-se ser repetido cada ano da mesma maneira. (B.E.P.)

“PROPICIAÇÃO”. 

A propiciação tem a ver com apaziguar a ira de Deus. O prefixo “pro” significa “para”, então a propiciação traz uma mudança na atitude de Deus, de modo que Ele deixa de ter inimizade conosco para ser por nós. Através do processo da propiciação, somos reconciliados e passamos a ter comunhão com Deus.

Em conjunto, a EXPIAÇÃO e a PROPICIAÇÃO constituem um ato de reconciliação da humanidade com Deus. Cristo realizou Sua obra expiatória na cruz para remover os pecados da humanidade, realizando também a propiciação por intermédio do seu sangue e nos reconciliou com Deus. Paulo falando sobre o ministério da reconciliação diz: E tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação (II Co.5.18,19). Amém! 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

NEEMIAS UM LÍDER AUTÊNTICO.


E, de noite, me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém... (Ne.2.12).

Líderes existem muitos, porém os verdadeiros e autênticos como foi Neemias, são poucos. As ações e atitudes de Neemias diante do seu povo e em favor da sua nação, provam que ele era um líder autêntico, um homem verdadeiro que se importava com o sofrimento do seu povo. 

Neemias foi um homem de fé e coragem, ele enfrentou grandes oposições e teve que vencer os desafios da sua época. Fazer a obra de Deus nunca foi tarefa fácil, todos quantos se despuseram em fazê-la sofreram oposições e perseguições. Fazer a obra de Deus é algo que incomoda o inferno, enquanto você não faz nada em prol do Reino de Deus, nenhuma oposição se levanta contra você. Mas quando começamos a fazer a obra de Deus, geralmente os opositores e os inimigos da obra se levantam. A grande estratégia de Satanás é lançar tropeços para tentar nos intimidar e nos fazer largar mão da obra. Mas, quem ama verdadeiramente a obra de Deus, não se intimida com as ameaças de Satanás. Deus nos chamou para fazermos uma grande obra, e esta obra não pode parar. Os opositores sempre irão se levantar, como se levantaram contra Neemias, isto não é anormal, mas maior é o que está conosco, maior é dono da obra, que nos diz: Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa (II Cr.15.7).

CINCO QUALIDADES DO LÍDER NEEMIAS:

1) UM HOMEM PATRIOTA.

As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém. 

E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. 

E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus (Ne.1.1-4).

Neemias amava o seu povo, a sua nação, a sua pátria; ele queria ver a prosperidade e bem-estar do seu povo. Neemias era copeiro do rei, ele estava em uma posição privilegiada, ele poderia apenas lamentar o sofrimento do seu povo e se omitir de fazer algo. Mas Neemias se importou com sofrimento do seu povo e tomou uma atitude, ele pediu permissão ao rei para ir a Jerusalém a fim de restaurar os muros e reedificar a cidade (2.1-12).

2) UM HOMEM DE ORAÇÃO.

Neemias buscava sempre a direção de Deus através da oração, a sua busca por Deus era constante, ele era um homem que tinha intimidade com Deus.

Por diversas vezes no texto sagrado está registrado, Neemias buscando a Deus em oração.

E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus (1.4).

E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique (2.4,5).

Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles (4.9).

Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo (5.19).

Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias e dos mais profetas que procuram atemorizar-me (6.14).

3) UM HOMEM PERSEVERANTE.

Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito. Então, disseram: Levantamo-nos e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem. O que ouvindo Sambalate, o heronita, e Tobias, o servo amonita, Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei? 

Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém (2.18-20).

Depois de uma longa viagem, chegando em Jerusalém Neemias não foi bem recebido, mas teve que enfrentar os opositores que tentaram lhe intimidar com palavras agressivas e ameaças. Mas Neemias não se abateu, nem pensou em parar, antes, prosseguiu com o seu propósito e perseverou até concluir abra de restauração. 

4) UM HOMEM PRUDENTE.

Sucedeu mais que, ouvindo Sambalate, Tobias, Gesém, o arábio, e o resto dos nossos inimigos que eu tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais.

Sambalate e Gesém enviaram a dizer: Vem, e congreguemo-nos juntamente nas aldeias, no vale de Ono. Porém intentavam fazer-me mal.

Enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

E da mesma maneira enviaram a mim quatro vezes; e da mesma maneira lhes respondi (6.1-4).

Neemias era um homem espiritual, sábio, e prudente no agir e nas suas decisões. Os inimigos da obra até que tentaram desviar a sua atenção e lhe tirar do foco, para tentar parar a obra, mas Neemias agiu com prudência e foi bem sucedido.

5) UM HOMEM DE FÉ.

Porém eu enviei a dizer-lhe: De tudo o que dizes coisa nenhuma sucedeu; mas tu, do teu coração, o inventas.

Porque todos eles nos procuravam atemorizar, dizendo: As suas mãos largarão a obra, e não se efetuará. Agora, pois, ó Deus, esforça as minhas mãos.

E, entrando eu em casa de Semaías, filho de Delaías, o filho de Meetabel (que estava encerrado), disse ele: Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do templo; porque virão matar-te; sim, de noite virão matar-te.

Porém eu disse: Um homem, como eu, fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo e viva? De maneira nenhuma entrarei.

E conheci que eis que não era Deus quem o enviara; mas essa profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram.

Para isso o subornaram, para me atemorizar, e para que eu assim fizesse e pecasse, para que tivessem alguma causa a fim de me infamarem e assim me vituperarem.

Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias e dos mais profetas que procuraram atemorizar-me.

Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias (6.8-15). 

Neemias era um homem que confiava em Deus, um homem de grande fé, ele tinha plena convicção que sua liderança era aprovada por Deus e ninguém teria a capacidade de o fazer parar.

Neemias nos deixa um legado poderoso de fé,  perseverança, liderança e serviço. Sua história nos inspira a confiar em Deus, a perseverar diante das dificuldades e a trabalhar incansavelmente em prol do Reino de Deus e bem-estar do seu povo. Amém! 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

HERESIAS E MODISMOS.



Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo (Cl.2.8).

Vivemos numa época de muitas heresias e modismos, época em que prevalecem as filosofias antibíblicas, como o pragmatismo, o relativismo, o antropocentrismo e o utilitarismo mercantilista. A quantidade de pessoas que seguem a um pregador ou a um ensinador é mais importante que o conteúdo de sua mensagem. As igrejas que julgam ser modelo são as que possuem megatemplos ou grandes catedrais, mas na verdade, estas não estão compromissadas com o verdadeiro Evangelho de Cristo. 

A cegueira espiritual e a falta de discernimento tem levado muitos crentes ao erro. Muitos estão sendo alvos de Satanás que opera com suas vãs sutilezas, tentando camufrar a verdade de Deus com suas imitações, heresias e modismos teológicos.

Nesse contexto atual, se um expoente das Escrituras pregar um falso evangelho, isso não importa, desde que ele reúna multidões e dê milhões de visualizações nas mídias sociais. Qualquer pregador ou escritor, nesses tempos pós-modernos, que combata ao erro e ensine a sã doutrina, não é visto com bons olhos. No entanto, o apóstolo Paulo já previa esta rejeição da verdadeira doutrina quando escreveu a Timóteo, dizendo: Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas (II Tm.4.3,4). Isto está se cumprindo em nossos dias, estamos vendo crentes sendo levados por ventos de doutrinas e modismos que distorcem a Palavra de Deus. Muitos já não aceitam trechos da Palavra de Deus que tratam de arrependimento, pecado, renúncia, santidade e separação do mundo de pecados. Escolhem pregadores com dons de oratória, com habilidade de divertir o povo e com uma mensagem satisfatória aos seus ouvidos, que lhes assegure que é possível ser crente e continuar vivendo segundo a carne. Todavia, os remanescentes da verdadeira fé, estão perseverando em seguir a sã doutrina, não aceitando as heresias nem os modismos que vem assolando a igreja e contaminando a muitos cristãos.