segunda-feira, 21 de abril de 2025

O QUE ESCREVI, ESCREVI.


E, levando Ele às costa a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram, e, com ele, outros dois, um de cada lado, e Jesus no centro. E Pilatos escreveu também um título e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. E muitos dos judeus leram este título, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, Rei dos judeus, mas que ele disse: Sou Rei dos judeus. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi (João, 19.17-22).

Após Jesus ter sido julgado pelo sumo sacerdote Caifás, que representava o poder religioso, sendo o Sinédrio o Supremo Concilio judaico que julgava questões religiosas, foi também julgado pelo poder político, representado por Herodes e Pilatos, que o julgou e o sentenciou a morte. Estando Jesus já crucificado Pilatos mandou colocar uma placa que estava escrita por ele em letras garrafais uma frase irônica, que dizia: JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS. 

POR QUE PILATOS ESCREVEU O QUE ESCREVEU?

Qual teria sido a intenção deste governador ao colocar a tabuinha com a frase: "JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS"?

Era costume escrever numa placa o crime do qual o condenado fora culpado e afixá-la sobre a cabeça ou prendê-la ao redor do pescoço. Pilatos pensou em uma frase que irritasse os sacerdotes, os escribas e fariseus e ordenou a confecção da placa de Jesus nas principais línguas do mundo da época: O hebraico, língua comum dos judeus da Palestina, o latim, língua do poder militar romano, e o grego, língua de comunicação cultural das províncias do império romano e o restante do mundo. 

Ao que parece, Pilatos reconheceu que Jesus era especial. Até sua esposa teve um sonho profético com Ele: "E estando assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele" (Mt. 27.19).

Não dá para dizer que Pilatos tenha exercido a fé salvadora em Cristo. Entretanto, ele demonstrou mais respeito por Jesus do que os sacerdotes. Pilatos teria assim a dignidade de reconhecer que Jesus era de fato um Rei.

João ressalta o caráter simbólico da inscrição na placa. É pela cruz que Jesus se torna o Rei Messiânico, e esse fato deve ser anunciado ao mundo. Os líderes religiosos e os judeus não conseguiram compreender o que estava ocorrendo, e Pilatos transformou-se em "profeta inconsciente", ao reafirmar majestosamente: "O que escrevi, escrevi" (o que disse, está dito para sempre). "JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS".

Concluimos que, Jesus Cristo, não é apenas Rei dos judeus, como escreveu Pilatos, mas Ele é Rei de toda terra e o seu reinado nunca terá fim. Amém! 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

O TÚMULO VAZIO.

 

E, estando elas muito atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Por que buscai o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou! (Lc.24.5,6).

Os discípulos de Jesus estavam atemorizados e sem esperança. A morte de Jesus havia sepultado todas as esperanças e expectativas e trazido o medo de tudo o que viria após a sua morte.

Quando as mulheres foram ao sepulcro, levando especiarias aromáticas, e chegando não acharam o corpo do Senhor Jesus, elas ficaram perplexas a esse respeito. O túmulo vazio causou espanto e admiração, a constatação de que Ele havia ressuscitado causou um sentimento de grande alegria nos discípulos de Jesus. Dois dias antes haviam depositado ali um homem totalmente desfigurado e massacrado pela dor e sofrimento anterior à sua morte; no entanto, agora o túmulo está vazio.

O TÚMULO VAZIO.

O túmulo vazio justifica nossa fé.

O túmulo vazio garante nossa salvação.

O túmulo vazio renova nossa esperança.

O túmulo vazio atesta nossa vitória.

O túmulo vazio vislumbra um novo amanhã.

O túmulo vazio confirma a ressurreição de Cristo.

O túmulo vazio comprova a derrota de Satanás.

O túmulo vazio afirma que Ele vive e reina para sempre.

A Ressurreição De Cristo é Confirmada Pelo Túmulo Vazio. 
Se os inimigos de Jesus tivessem furtado o seu corpo, eles o teriam mostrado, para confirmar que Ele não ressuscitara. Se os discípulos tivessem furtado o seu corpo, nunca teriam sacrificado suas vidas e posses em prol daquilo que saberiam ser mentira e engano. O túmulo vazio autentica e revela que Jesus realmente ressuscitou e que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus.
Se Jesus não tivesse ressuscitado e aparecido aos seus discípulos, estes nunca teriam coragem de testemunharem acerca dEle, com fé e esperança indizíveis. Amém! 

quinta-feira, 17 de abril de 2025

ELE É SINGULAR.


Jesus na sua humanidade, como homem ele é incomparável. No decorrer dos tempos e épocas, a história registra vários nomes de homens que se destacaram e deixaram um legado para as futuras gerações. Porém, apesar dos seus feitos, fama, nome e renome, eles jamais serão igualados ou comparados com Jesus Cristo. Jesus Cristo, não é mais um, Ele é único e incomparável.

15 RAZÕES QUE COMPROVAM A SINGULARIDADE DE JESUS:

1) Ele é o único que dividiu a História, a.C. d.C.

2) Ele é o único que já nasceu Rei.

3) Ele é o único que nasceu sem pecado.

4) Ele é o único que viveu sem pecar.

5) Ele é o único que pode nos salvar.

6) Ele é o único que pode nos perdoar.

7) Ele é o único que morreu na cruz pelos nossos pecados.

8) Ele é o único que pode garantir nossa entrada no céu.

9) Ele é o único que tem as chaves da morte e do infeno.

10) Ele é o único que morreu e ressuscitou ao terceiro dia.

11) Ele é o único que venceu a morte.

12) Ele é o único que venceu o inferno.

13) Ele é o único que venceu Satanás.

14) Ele é o único que venceu o mundo e vive e reina para sempre.

15) Ele é o único Juiz que virá julgar todos os povos, tribos, línguas e nações. 

Nunca compare JESUS com ninguém, Ele é incomparável.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

A VERDADEIRA ADORAÇÃO.

 

Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta.

Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.

Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.

Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo.4.19-24).

Entre os judeus e os samaritanos havia não apenas um preconceito racial, mas também um preconceito religioso. Os judeus defendiam que o lugar da adoração era em Jerusalém, enquanto os samaritanos afirmavam que o monte Gerizim, dentro de seu território, era o único local correto de adoração a Deus. 

Na meio do diálogo com a mulher samaritana, quando Jesus revelou uma particularidade da vida da mulher, aquela mulher samaritana percebeu que Jesus era mais do que um simples homem, ela disse: "Senhor, vejo que és profeta. Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar". Jesus respondeu: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (19-21,23,24).

A resposta de Jesus lançou uma profunda e radical alteração no entendimento do que é a verdadeira adoração. 

A adoração é algo inerente ao ser humano, desde de Adão até os dias atuais, o homem sempre sentiu a necessidade de adorar; isto porque o homem é um ser tricótomo, composto de corpo, alma e espírito. No decorrer das épocas o homem tem buscado formas de adoração variadas, direcionando a adoração as coisas materiais e a pessoas, transformando-as em objeto de culto, e deixando de adorar o Deus vivo e verdadeiro para adorar a deuses de pau, de pedra, de metal, feito pelas mãos dos homens. O único que digno de toda honra, toda a glória, todo o louvor e toda a adoração é o SENHOR DEUS JEOVÁ. Adorar a Deus significa reverenciar, presta-lhe culto, venerar e ama-lo acima de todas as coisas. Na adoração existem várias maneiras de adorar a Deus; encontramos na bíblia pessoas que adoraram prostradas com o rosto em terra, outras com as mãos levantadas, outras em pé e até mesmo deitadas. Jesus falando para a mulher samaritana, disse: Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. A verdadeira adoração parte do coração, não importa a posição corporal ou local para se adorar a Deus em espírito; não é preciso esperar chegar o domingo para ir ao templo de uma igreja adorar a Deus, adorar a Deus não se resumi a um, dois ou três dias na semana; Deus está disponível todos os dias e em qualquer hora.

Adorar a Deus não é simplesmente ir à igreja, orar, cantar, pregar, gesticular, ofertar, lê a bíblia, prestar atenção na pregação e gritar em voz alta glorificando a Deus. Tudo isto faz parte da adoração, mas adorar a Deus é muito mais que isto. A  verdadeira adoração parte do coração do adorador que tem uma devoção sincera com Deus e está ligado a Ele em espírito e em verdade. Adoração não é só emoção, mas envolve temor, reverência, obediência, santidade e serviço; se torna  impraticável adorar a Deus sem estes requisitos, é possível adorar sem tê-los, porém Deus não recebe o adorador, nem a sua adoração. No livro do profeta Isaías está escrito: Disse o Senhor: Pois que este povo se aproxima de mim, com a boca e com só lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído (Isaías, 29.13).

Existem pessoas nas igrejas que praticam um tipo de adoração de aparência exterior, umas para demonstrar uma falsa espiritualidade e outras até para querer agradar e ser simpáticas para o seu líder ou o seu pastor e pregador preferido; quando o seu líder ou pastor estar ensinando ou pregando, ela diz amém, glória Deus, aleluia, grita, gesticula e concorda com tudo que ele diz, mesmo estando errado, isto é pura hipocrisia, falsa santidade e falsa adoração. 

Jesus censurou os escribas e fariseus da sua época chamando-os de hipócritas, porque eles viviam uma falsa pureza de santidade, eram cheios de regras humanas, vivendo só de aparências, mas no seu interior eram impuros, verdadeiros sepulcros caiados. No evangelho de Mateus está escrito: Então, chegando ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, que morra de morte. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe. E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens (Mateus, 15.1-9). Jesus condenou os religiosos da sua época por sua falsa adoração a Deus.

TRÊS CLASSES DE PESSOAS QUE DEUS PROCURA:

1) Os Fiéis (Sl.101.6).

2) Os Intercessores (Ez.22.30).

3) Os Verdadeiros Adoradores (Jo.4.23).

A verdadeira adoração vem de um coração sincero e obediente diante de Deus, que o adora em espírito e em verdade. Amém! 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

OS CEGOS DE JERICÓ OU O CEGO DE JERICÓ?


Na narrativa de Mateus, ele cita dois cegos, enquanto os demais evangelhos sinóticos de Marcos e Lucas, citam apenas um (Mc.10.46-52; Lc.18.35-43). Na verdade, eram dois cegos, ocorre que Bartimeu, nome de origem aramaico, que significa, filho de Timeu; é citado apenas por Marcos, devido à sua personalidade ele ganhou proeminência. 

Fato curioso sobre a cidade de Jericó: Havia duas cidades com o nome de Jericó: A Jericó velha (construída pelos cananeus), e a Nova Jericó (construída por Herodes, onde ficava o seu palácio de veraneio). É possível que a cura de Bartimeu (Mc.10.46), tenha ocorreu durante a saída da velha Jericó para a Nova Jericó. Enquanto o evangelista Mateus em sua narrativa, cita dois cegos e Lucas cita um, e em ambas as narrativas os cegos são anônimos, Marcos destaca apenas um pelo nome de Bartimeu, ou seja, uma expressão que significa filho de Timeu. 

Outra problemática para os leitores é que, enquanto Mateus e Marcos relatam que Jesus ia entrando na cidade de Jericó, Lucas diz que Ele ia saindo. 

A explicação mais precisa é que, como existiam duas cidades com o mesmo nome, a Jericó antiga (dos cananeus) e a nova Jericó (construida por Herodes), Mateus e Marcos têm uma visão conjuntas de que Jesus e a multidão estavam entrando na nova Jericó, tendo saido da antiga; enquanto Lucas vê Jesus e a multidão saindo da antiga Jericó e entrando na Nova.

RELATO DE MATEUS.

E, saindo eles de Jericó, seguiu-o grande multidão.

E eis que dois cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamavam, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.

E a multidão os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós.

E Jesus, parando, chamou-os e disse: Que quereis que vos faça? Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.

Então, Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo viram; e eles o seguiram (Mt.20.29-34).

RELATO DE MARCOS.

Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando.

E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!

E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus.

E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista.

E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho (Mc.10.46-52).

RELATO DE LUCAS.

E aconteu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! 

E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isso, dava louvores a Deus (Lc.18.35-43).

Um fato curioso é que em todos os relatos dos evangelistas, os cegos gritam usando a expressão: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Esta expressão "Filho de Davi" é um reconhecimento da realeza de Jesus, em cumprimento a profecia do Rei que viria e reinaria com justiça (Is.32.1,2; 55.3,4).

AS QUATRO VISÕES DO CEGO BARTIMEU:

1) A VISÃO DE SI MESMO (ele reconhece que é cego e mendigo).

2) A VISÃO DO CLAMOR (ele clamou, com persistência).

3) A VISÃO DA REALEZA DE JESUS (Jesus, Filho de Davi).

4) A VISÃO DO PODER DE JESUS (tem misericórdia de mim).

O cego viu o que muitas pessoas não viram; o pior cego é aquele que enxerga, mas não vê.

sábado, 12 de abril de 2025

O ADVOGADO DE JÓ.

Eis que também, agora, está a minha testemunha no céu, e o meu fiador, nas alturas (Jó.16.19). ARC

Neste exato momento, lá no céu, está a minha testemunha, e lá nas alturas está o meu fiador (Jó.16.19). BKJ

Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas alturas está o meu advogado (Jó.16.19). NVI 

Jó estava sofrendo desprezo e acusações por parte dos seus "amigos". Mas mesmo em meio as tribulações, ele não perde sua fé e devoção no Deus Todo-Poderoso. 

De repente, Jó se levanta com um brado de esperança que aponta para o Messias (cerca de 2.000 anos antes de Cristo), e declara: Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas alturas está o meu advogado (Jó.16.19). A testemunha, aqui, no caso, é uma expressão com origem no termo aramaico: Sãhedh, que significa "advogado, intercessor, defensor, testemunha, fiador", comunicando o sentido de alguém que toma em suas mãos a nossa causa, e garante uma solução satisfatória, plena e duradoura. 

Jó não acreditava mais que viveria tempo suficiente para contemplar a sua vindicação (defesa, vingança) diante dos amigos e daquela situação horrível e inexplicável para ele. Sua única esperança é aquela que ainda guarda no coração acerca de contar com um Advogado no céu. Jó acreditava em um ser celestial, mais sábio e poderoso, que pode compreender o que está ocorrendo, confirmar a sua inocência e defende-lo como verdadeira testemunha e leal advogado intercedento junto a Yahweh em seu favor.

Donald Stamps, o comentarista da Bíblia de Estudo Pentecostal, diz: Jó, pela fé, sobrepôs-se às suas dúvidas a respeito da bondade de Deus, pois declarou que o próprio Deus daria testemunho da sua inocência. Ansiava que Deus intercedesse por ele no tribunal celestial de justiça. O anseio por um mediador perante Deus, em nossa defesa, realizou-se em Jesus Cristo, através de quem Deus "nos reconciliou consigo mesmo" (II Co.5.18); e temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo (I Jo.2.1). Amém! 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

A FUMAÇA DA GLÓRIA.

 


E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça (Is.6.4).

Esta fumaça é uma representação simbólica da glória de Deus. A glória do SENHOR, refere-se a uma manifestação visível da sua presença e do seu esplendor. Esta glória se manifestava em várias ocasiões ao longo da história, e está registrada no texto sagrado. Isaías não viu a plenitude da glória de Deus, mas apenas uma projeção limitada da Sua glória. 

A fumaça ou a nuvem de glória foram manifestas em várias ocasiões: (1) No Monte Sinai (Ex.19.14-25). (2) Na Inaugaração do Tabernáculo (Ex.40.34-38). (3) No Santíssimo Lugar sobre o Propiciatório (Lv.16.11-14). (4) Na Inauguração do Templo de Salomão (II Cr.7.1-3). (5) No Templo na visão de Isaías (Is.6.1-4). (6) No Templo do Tabernáculo do Testemunho que João viu no céu (Ap.15.5-8).

Na nuvem que pairou sobre o Tabernáculo estava a “kabod Yavé”, ou seja, a glória do SENHOR. Essa glória que no hebraico é kabod (e no grego neotestamentário é doxa), fazem referência a presença de Deus. Na literatura judaica, no Talmude, esta glória é chamada de Shekinah, que significa habitação de Deus, lugar onde se manifesta o fulgor ou esplendor da Presença e da atuação divina.

Popularmente tem se ouvido tanto pregadores como cantores fazerem referência à glória de Deus em sua expressão máxima como sendo a Shekinah de Deus. É sabido que a palavra Shekinah não existe nos textos originais bíblicos, e também nota-se certo abuso no uso da mesma. Infelizmente qualquer “animação” na igreja que provoque emoções e gritos de glória e aleluia já é tida como a manifestação da Shekinah de Deus.

SHEKINÁH, significa “habitação”. Segundo os eruditos da Bíblia, este vocábulo procede do aramaico Shekēn, que significa “habitar” e refere-se a Habitação de Deus, isto é, sobre a pessoa, sobre a congregação de Israel, ou sobre a Arca da Aliança ou o Tabernáculo. A ideia é que Deus “pousava” ou “pairava” sobre algo, irradiando seu kabōd [glória]. Segundo os rabinos, a SHEKINÁH “pairava” ou “pousava” sobre os judeus que oravam ou citavam o Shēma. 

Na literatura midrashica o termo é usado para substituir o Nome divino. Preocupados com o emprego indevido do Nome Sagrado, os rabinos judeus usavam vez por outra o vocábulo SHEKINÁH para substituí-lo. SHEKINÁH referia-se à Presença ou Radiância de Deus, ou até mesmo ao próprio SENHOR manifestado. De acordo com a compreensão dos exegetas e místicos do judaísmo, a SHEKINÁH era uma teofania muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Neste sentido, a manifestação divina a Moisés, na teofania visível e audível da sarça ardente, era a aparição da SHEKINÁH, ou a presença da deidade pairando sobre a sarça.

Finalmente, nas páginas do Antigo Testamento, nem no Novo Testamento, não encontramos qualquer menção no original ao termo SHEKINÁH, este era usado pelos rabinos judeus, conforme a concepção talmúdica.

♫No Santo dos Santos, a fumaça me encobre, só Teus olhos me ver... 

A fumaça escondia o sumo sacerdote, até a ponto do nariz desaparecer. 

Se esconda na fumaça da glória, senão a glória de Deus, não aparecerá na sua vida.

Amém! Deus te abençõe!